sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Lembranças de minha infância

Entrada de nossa casa
em São José dos Campos
Nasci em São José dos Campos, em São Paulo. Morava na Rua Justino Cobra, 235, na Vila Ema. Morei lá até meus oito anos, quando mudamos para Fortaleza. Em São José estudava no Grupo Escolar Olímpio Catão, mas tive antes uma professora particular, da qual não lembro o nome. Ia sozinho, de ônibus. Um frio danado, mas fazer o que?

Para vocês terem uma idéia de como era São José dos Campos naquela época, uma das vezes que voltava da escola (acho que gazeei alguma aula) desci na Esplanada e, com um colega, laçamos dois cavalos. Levamos os animais até o muro da casa do Tio Raimundo e, sem ninguém ver, pegamos umas almofadas. Subimos no muro e do muro para os cavalos... Depois de uns 10 minutos de passeio um susto: o dono apareceu! E nos dando um carão, nos fez descer e levou “nossos” cavalos, com as cordas e as almofadas... Deve ter ficado com elas. Se o cara entregou para o Tio Raimundo não tomei conhecimento.

A chegada da televisão em nossa casa foi um acontecimento. Deve ter sido por volta de 1957, por aí. Um aparelho com gabinete metálico vermelho, de fabricação americana. Minha mãe me dizia que descobriram que eu tinha aprendido a ler nos “reclames” da televisão. As leituras também foram importantes nesta época. Lia Contos de Andersen, Contos de Grimm, a coleção de Monteiro Lobato inteira (mais de uma vez), além de fuçar muitas no Tesouro da Juventude, uma coleção muito boa. Marcou muito em minha criação a leitura da séria “Antes que aprendam na rua”, projetada para crianças até 12 anos. Em São José dos Campos também ganhei minha primeira sanfona, depois que tinha começado a aprender a tocar com Dona Ivone, minha primeira professora de música. Na foto ao lado eu e meu irmão Getúlio. Aparece também o meu gato Babu, nome que permaneceu em quase todos os gatos que tivemos em nossa casa. 

A mudança para Fortaleza

Uma curiosidade: meu pai colocou três pedacinhos de papel, com os nomes Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza. E pediu para que eu escolhesse um dos papéis, em uma ação de pura sorte esteve o nosso futuro. E após o sorteio de Fortaleza, meu pai disse para a minha mãe: “Zisile, pode vender tudo”, se referindo às casas e móveis. Assim mudamos para Fortaleza. 

Meus pais, Alberto Ribeiro e Zisile
Quando chegamos a Fortaleza, em 1960, meus pais alugaram uma casa no Bairro de Fátima, que ficava bem atrás do Colégio Nossa Senhora das Graças, na Rua Monsenhor Otávio de Castro. A casa tinha sido conseguida pela minha “Tia Freira”, a irmã Margarida como era chamada. Tínhamos de mobília apenas um beliche, uma mesinha com cadeiras, uma moringa e uma cama. O papai me disse quando o avião (um quadrimotor Super Constelation) sobrevoou Fortaleza, que minha saúde iria mudar e que jogaria minha bronquite no mar – e foi o que aconteceu!

Ainda no primeiro endereço estudei no educandário Gabriela Mistral. O Colégio Nossa Senhora das Graças era pertinho. Quando eu ia por lá visitar levado por minha tia, que era freira, lembro que as estudantes me colocavam para falar palavras como “vermelho” e “Fortaleza”, naturalmente para curtirem o “r” de meu sotaque paulista. Estranhava bastante os ônibus (todos antigos, a maioria muito velhos e com frente de caminhão)... Também não entendia porque o pessoal de Fortaleza bebia “Taí”, tal como as placas “Beba Tai” em todos os locais (era uma marca de refrigerante), enquanto que em São Paulo “Taí” era uma água sanitária...

Posteriormente mudamos para um apartamento que ficava pertinho da Igreja da Sé, no final da Costa Barros. Brincava muito ao redor da Igreja que estava em plena construção. Passei a estudar no Colégio Santa Lúcia, que ficava na Costa Barros. Do apartamento cheguei a levar várias vezes o almoço do papai até a Cooperativa da Construção, que ficava na Rua Floriano Peixoto. Ia sozinho, imaginem! Mas naquela época não era problema. Depois andava na Praça do Ferreira e olhava algumas lojas para ver carrinhos de brinquedo, aviões, equipe do Exército ou de algum Forte Apache, alguma “novidade” para minha coleção. Na Cooperativa quando atendia ao telefone no intervalo do almoço do papai, e ficava muito invocado quando as pessoas diziam: “a senhora poderia chamar”...  Confundiam minha voz de criança com a de uma atendente... 

Nova mudança

Outra mudança de endereço: agora para a Rua Mário Mamede, 590, no bairro Treze de Maio. Uma casa nova, em um ambiente bem melhor, no qual conheci vários amigos da vizinhança. O José Wilson (hoje médico) e o Carlos Henrique eram os principais. Lembro de ter visto ao longe um grande incêndio após o descarrilamento de um trem. Como tudo era bastante descampado deu para ver ao longe a movimentação, os bombeiros tentando o acesso e o céu todo avermelhado pelas chamas. Nesta casa estudei para a primeira comunhão, freqüentava a Igreja de Fátima da qual cheguei a ser coroinha por algum tempo, com mais dois colegas. Brigávamos para “ajudar a missa”, que ainda era celebrada em Latim. Por indicação da Tia Freira cheguei a participar de uma procissão, no Dia 13 de Maio, vestido de anjo, no carro da Nossa Senhora de Fátima. Novo colégio, o Christus. Um ônibus do próprio colégio vinha me pegar e deixar em casa. 

Nesta nova morada aprontei muito... Preparava armadilhas para minha avó Maria Ribeiro, quando ela vinha de São Paulo para nos visitar. Eram latas com água que penduradas na lavanderia e com um sistema feito com linha de nylon, de forma que quando ela passasse a lata derramasse a água... Deu certo uma vez! E deu certo também um enorme carão que levei de meus pais por causa disso, puro “terrorismo infantil”...

Mais mudanças... Agora para Messejana!

Não tinha a noção exata ainda do que estava acontecendo, na verdade. Idos de 1963. Faz muito tempo, de maneira que muitos fragmentos de memória podem ter ido para o espaço ou estar guardado em algum local atualmente sem acesso pelo sistema operacional da mente humana. Quando começo a escrever tenho a nítida sensação de que uma busca em minha mente começa a ocorrer, com se tivesse acionado um mecanismo de pesquisa. Interessante como isto ocorre.

Mas continuando, lembro bem da movimentação e que estávamos preparando uma “viagem”. Era o que significava para mim, que estava ansioso e com muita expectativa. Não entendia direito as coisas, mas sabia que iria para outro lugar. E os preparativos começaram. Observava tudo, principalmente a conversa de meus pais. Eles falavam para mim de um novo local, maravilhoso. Papai estava muito empolgado, disto eu recordo bem. E de vez em quando trocava idéias conosco.

Sei também que pouco tempo daquilo tudo acontecer eu fiz um passeio, com meus pais, e conheci rapidamente uma casa, com o terreno ao redor com muitas bananeiras, um coqueiro e até uma mangueira. Parecia um sítio para mim.  

Não sei direito como foi a montagem de tudo para o novo destino. Lembro apenas que fui à tarde, junto com minha mãe, no caminhão velho do Zé Paulino, que mais tarde iria me ensinar os primeiros passos e despertar minha vontade de dirigir. Depois de um grande percurso chegamos. O caminhão parou em frente daquela que seria a nossa casa por muito tempo.

Confesso que no início fiquei um pouco assustado com as pessoas que cercaram nossa chegada. Uns ajudavam a retirar nossos pertences e colocá-los na nova morada. Olhava ao redor e fiscalizava tudo, principalmente meus brinquedos, que eram muitos. Alguns ainda remanescentes de São José dos Campos, em São Paulo, onde nasci.

Em Messejana
Sempre fui muito cuidadoso com meus pertences. Guardava tudo arrumado em suas caixas e quando não possuía mais as embalagens originais criei o hábito de usar caixas de sapato ou de qualquer coisa para dividir uma gaveta, por exemplo. E a mania, que facilitou muito minha vida, persiste até hoje.

No decorrer da retirada dos móveis percebi a falta de um dos meus brinquedos favoritos – um avião de fricção (os mais novos não conhecem o sistema)... Ouvi o som deste meu brinquedo perto de nossa casa e avistei um menino da vizinhança com ele! Imediatamente fui pedir de volta e o guardei em casa. Depois de tudo retirado o caminhão ia voltar para trazer o restante das coisas. E eu decidi (logicamente após minha mãe ter deixado) ficar esperando na nova casa. E ao ficar esperando por muito tempo aproveitei para conhecer a pacata vizinhança. Na esquina existia a bodega do Seu Paulo. A construção, muito desgastada, ainda se mantém até hoje. Quando cheguei vi uma máquina grande, que fazia um barulho enorme quando ligada! E perguntei logo para o dono, Seu Paulo, que me explicou ser uma máquina de fazer caldo de cana, ou seja, uma garapeira...  O cheiro do caldo de cana era muito bom e eu fiquei com vontade de experimentar aquilo. Mas não tinha ficado com dinheiro. Como a vontade de provar o tal caldo de cana era grande perguntei ao Seu Paulo se poderia “pagar quando meus pais chegassem”. Ele gentilmente respondeu que sim, que não tinha problema, e me serviu talvez o que tenha sido o melhor caldo de cana de minha vida. Gostei muito, saciei a sede e virei um cliente da bodega...

Assim foi minha chegada a Messejana, uma terra de clima espetacular, muito agradável. Uma área extremamente tranqüila, sem movimentação de trânsito, sem violência, sem barulho e sem telefone. Logo me acostumei com o belo lugar. Na frente de nossa casa um terreno onde o Zé Paulino guardava o seu caminhão. Algum tempo depois ele me ofereceu para, a seu lado, “colocar o caminhão para dentro”. Nem alcançava direito a embreagem e dirigia este pouquinho em pé. Gostava muito quando coincidia a chegada dele e o oferecimento para dirigir o caminhão por alguns metros.  

A grande diferença de São José dos Campos para Fortaleza: onde nasci tinha todos os brinquedos, muitos livros, bolas, mas não tinha com quem brincar. O clima era frio (o da cidade e o das pessoas (a maioria de nossa vizinhança constituída por estrangeiros). 

E assim foi por muito tempo: o jogo de bilas (bolinhas de gude) com os colegas, na época das chuvas fazer barquinhos de papel que corriam pela enxurrada em nossa rua, as brincadeiras de cowboy, com revólveres de espoletas e a estrela de Xerife que só eu possuía e mais tarde o campinho de futebol que ajudei a fazer.

Lembro ainda de dois dentes de leite que a Dona Dalila, nossa vizinha, arrancou de mim com apenas uma linha. E depois do susto daquela extração completamente desconhecida para mim, com o dente arrancado na mão, tinha que jogar no telhado e dizer: “mourão, mourão, pega o meu dente velho e me dá um são”.  

Começaram os banhos na Lagoa da Paupina, nos finais de semana, em um clube que não recordo o nome, de uma associação local. A sede era bem pequena e passávamos por lá apenas pela estradinha que levava à margem da lagoa. Um barracão coberto servia de abrigo para o sol nas horas necessárias. As bóias de pneus de carro eram uma diversão e tanto.

Outras novidades foram às idas aos circos, quando passavam por Messejana. Cheguei a ver uma levitação, que para mim foi realidade pura! E nos intervalos do circo a turma toda comprava fotografias ¾ vendidas pelas belas moças circenses. Elas passavam por nós todos, na platéia e ofereciam as lembranças.

Uma época totalmente inocente, pura, agradável e inesquecível. Vale registrar tudo isso porque as crianças de hoje, das grandes cidades, não podem mais fazer o que nós fazíamos, sem estarmos conectados eletronicamente a nada! Tudo de bom em uma realidade natural, não virtual como hoje em dia. Saudades de minha infância!   

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Feliz Natal e um Ano Novo com muita saúde, paz e felicidade para todos!

Pessoal, cada vez mais fico impressionado com o que 
acontece no período natalino. É que quase todo mundo está esquecendo o verdadeiro significado do Natal, do nascimento de uma pessoa, há mais de dois mil anos, que marcou uma época, que praticou atos e deixou bons exemplos para todos os que viessem a nascer em seguida. Parece que não adiantou, ou seria engano meu? O nome desta pessoa é Jesus Cristo. Certamente ele não está nada satisfeito com os resultados que nós produzimos apesar de seus bons ensinamentos!

No mundo atual presenciamos uma infinidade de conflitos, em especial na área onde Ele nasceu e viveu. A morte através das guerras, conflitos diversos, desavenças comuns, vinganças, está cada vez mais entre nós.

Seguramente não aprendemos a lição de Paz, não fizemos o dever de casa. A violência continua aumentando assustadoramente, a impunidade faz com que de forma desavergonhada alguns políticos, gestores e outras autoridades cometam atos completamente fora de ética. Há pontos isolados de bondade, focos de resistência, mas deveriam ser mais fortes para mudar o quadro geral.

Salvo engano, pense bem e analise: quase só ouvimos propagandas em todos os locais incentivando o alto consumo para o enriquecimento de alguns. O fato de presentear cada vez mais banal. E assim o verdadeiro sentido do Natal vai se perdendo.  

Um verdadeiro presente de Deus – nossa vida!

Graças a Deus mais uma vez estamos juntos neste período natalino. Devemos estreitar o nosso convívio porque o tempo passa cada vez mais rápido, a vida moderna nos trás uma sensação de uma correria desenfreada... Antecipo estas palavras aos amigos e familiares, com meu agradecimento pelo convívio durante este ano.

Um encontro quase diário com amigos, mesmo que pela internet, é importante tendo em vista que proporciona receber as ideias e conceitos emitidos por todos e estreitar os relacionamentos com pessoas às vezes tão distantes fisicamente.

Messejana do Alentejo, Portugal

Feliz Natal aos amigos de Messejana, do Alentejo, em Portugal, com os quais mantivemos um intercâmbio muito bom. Desejando que no Ano Novo as amizades continuem e possam se ampliar, com a divulgação de Messejana de Fortaleza em Portugal e vice-versa, ou seja, com o conhecimento sobre Messejana de Portugal aqui no Brasil.

Desejo a todos, indistintamente, tudo de bom e que cada um procure em si próprio a iluminação, ou seja, as melhoras possíveis para o corpo, a mente e o espírito.  

No início do ano comecei a escrever este blog - o “Blog do João Ribeiro”. Entre vários textos escritos um deles faz referência aos principais arrependimentos de pessoas no final de suas vidas, dos quais destaco como principais: “Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim. Eu gostaria de não ter trabalhado tão duro. Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar meus sentimentos. Eu gostaria de ter mantido mais contato com meus amigos”.    

Achei interessante e tomei como meditação para meu aproveitamento pessoal e para compartilhar com todos vocês...  Em nossas vidas muitos sonhos e metas são criados, alguns se transformam em realidade e são bem sucedidos, outros não, mas a esperança deve se renovar sempre! 

Neste Natal, quando devemos comemorar o nascimento de Jesus Cristo, vamos reafirmar nossos laços de amizade, procurar reatar alguns elos perdidos e seguir em frente, na certeza de que o Caminho do Bem é este.

Um feliz Natal!

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A força do diálogo nos relacionamentos - você vai ler isso?

Você vai ler isto?

A amizade sempre foi uma base para os relacionamentos sólidos, nisto eu acredito. Nascida de uma simpatia ou não, pode ser ampliada, mantida e preservada, como uma construção física de uma edificação. Há tempos que percebo isso. Algumas pessoas relutam em aceitar a ideia de um bom diálogo sempre que houver necessidade. Talvez por desconhecimento ou falta de prática na arte de dialogar. Então é preciso que alguns princípios sejam aprendidos, estudados com afinco, para aqueles que desejam prosperar no cultivo das amizades. Não sou psicólogo nem perito no assunto, mas acredito que o conceito geral explicitado neste texto é válido. Vejamos...  

O que significa Diálogo?

Depois que comecei a escrever procurei o significado exato do termo Diálogo na internet e encontrei que, como origem, é uma palavra com derivação latina proveniente de um conceito grego. Muito bem. Uma conversa entre duas ou mais pessoas que manifestam as suas ideias, seus posicionamentos de forma alternativa. Ou seja, uma discussão entre pessoas com vistas à chegada de um entendimento.

O diálogo, em meu modesto entendimento, pode ser tanto uma conversa amável como também pode ser uma violenta discussão. Porém, costuma-se falar do diálogo como sendo uma troca de ideias onde se aceitam os pensamentos do interlocutor e os participantes estão dispostos a mudar os seus próprios pontos de vista, de acordo com o andamento e entendimentos das ideias. Em um diálogo os participantes tem naturalmente que expor suas ideias e, principalmente, saber ouvir, analisar as opiniões e conceitos dos outros envolvidos.

Em temas contraditórios há dificuldades de diálogo: por exemplo, falar sobre religião, política ou futebol é um prato cheio para a discórdia e quando não se trata com pessoas equilibradas a ponto de saber emitir opiniões, mas também ouvir as ideias dos outros sem agredir as pessoas, tudo bem. Mas na maioria dos casos não se conhece todo mundo a nosso redor e muitas pessoas são um tanto quanto radicais. Aí é que está o problema!

Agora quando o assunto é diretamente ligado ao bem-estar de um relacionamento entre um casal ou de uma empresa, em que todos torcem pelo sucesso do empreendimento, o diálogo sempre deve existir e ser aprimorado!  

A abertura da mente – vencer ou convencer?

E condição para o sucesso em um diálogo que as mentes estejam predispostas para que essa situação ocorra. Ter em mente que não basta “vencer” seu interlocutor com uma enxurrada de argumentos, conceitos e ideias. É preciso, sim, “convencer” o outro lado através de suas colocações. Se isso não for conseguido nada feito. Assim o diálogo existiu mas não obteve o êxito esperado entre as partes. A “negociação” não foi frutífera, não deu certo. E o desentendimento poderá prosseguir mais adiante.  

É comum ouvir dizer que as pessoas sedentas de poder e as autoritárias tendem a excluir o diálogo por pretenderem que a sua verdade seja a única válida e desacreditarem as opiniões dos oponentes, com o intuito de fortalecerem o seu domínio. O diálogo verdadeiro procura a verdade e fomenta o conhecimento sem preconceitos, o que já não acontece com o discurso que tenta persuadir e convencer ao manipular a opinião.

A falta do diálogo

O que digo agora talvez seja o mais importante: penso que quando existe a falta do diálogo em diferentes situações (em casa, no trabalho, com colegas e amigos) pode ocorrer quebra gradativa da amizade, com os consequentes prejuízos para as relações.

No caso de um casal (marido e mulher), por exemplo, o diálogo deve preferencialmente, fluir sempre tendo por base que ambos desejam o bem o bem-estar mútuo, um consenso que seja fortalecedor da Amizade.

A falta desta mentalidade pode acarretar um prejuízo muito grande em uma relação, pois a cada tentativa frustrada de diálogo ou mesmo em cada oportunidade em que ele não foi iniciado cria-se uma barreira gradativa, que cresce no dia a dia e certamente fechara os pontos de contato entre os pares. Desse modo se formará uma “parede de isolamento” de modo que ninguém conseguirá mais se comunicar de forma efetiva. Mas você, com um diálogo aberto, desde que haja preparo e vontade de ambas as partes para que haja sucesso, poderá quebrar facilmente esta barreira.

Um exercício físico e um exercício mental

Assim como os exercícios físicos ajudam o nosso corpo a desenvolver os músculos, alongá-los, fortalecê-los etc. os exercícios mentais podem influenciar definitiva e positivamente nos diálogos. Uma meditação, um preparo para as oportunidades em que os diálogos sejam necessários, a forma de receber e ouvir opiniões de seu interlocutor e também de como se manifestar. Tudo isto é muito importante.

A amizade e o respeito

O valor de um gesto, um aceno, um cumprimento pode ser muito importante em nossas vidas. O ser humano possui um “ego” que gosta de ser massageado, ou não? Quem não gosta de receber um elogio ou comentário positivo? Acredito que todo mundo que é normal goste disso. Desse modo quando se age com o próximo positivamente, conseguimos emitir uma prova de amizade, de lealdade, de companheirismo e estamos reforçando os elos que formam uma amizade verdadeira ou uma relação sólida.

As discórdias são naturais entre os seres humanos, mesmo porque existem as diferenças e estas devem ser respeitadas. Mas a regra principal, que nos lembramos em alguns casos é: o direito de um acaba onde inicia o direito do outro. Esta é uma das chaves para que haja sucesso nos relacionamentos interpessoais.

Transcrevi um artigo escrito por uma enfermeira, Bronnie Ware, no qual ela fala nos principais arrependimentos das pessoas que ela cuidara, nos seus leitos de morte. Um deles é a respeito da necessidade de expressar os seus sentimentos:

“Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos a fim de manter a paz com os outros. Como resultado, eles se estabeleceram por uma existência medíocre e nunca se tornaram quem eram realmente capazes de se tornar. Muitos desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ressentimento que carregavam como resultado disso. Nós não podemos controlar as reações dos outros. No entanto, embora as pessoas possam, inicialmente, reagir quando você mudar a maneira que você está falando com honestidade, no final isso erguerá a relação a um nível totalmente novo e saudável. Ou isso ou ele libera o relacionamento doentio de sua vida. De qualquer maneira, você ganha”.

Nesta época de final de ano há muita agitação, propaganda que leva ao consumismo: presentes que são comprados, algumas vezes apenas para cumprir as obrigações sociais. Tudo bem. Não queremos de jeito algum mudar o mundo, apenas externar um conceito de que os sentimentos que temos em determinadas datas marcantes podem ser utilizados para o aprimoramento de uma amizade! E isso não é somente no final do ano: tem que ser diariamente, o ano inteiro, dia após dia!

Caso tenha chegado até aqui e concordado com os conceitos emitidos, compartilhe o texto com seus amigos. 

Um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!

Tenha um excelente Natal, com muita saúde e harmonia em seus lares e um 2014 repleto de realizações, são nossos sinceros votos.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Big Brasa, Os Faraós, Os Rataplans, Anos 60/70. Todos no grupo do Facebook!


No primeiro semestre de 2013, enquanto matava as saudades olhando fotografias do Conjunto Musical Big Brasa, recortes de jornais sobre o grupo, todos colecionados pela minha mãe, Dona Zisile, que hoje já não está entre nós, tive a ideia de compartilhar isso com amigos, pessoas que também vivenciaram este período. Colocar alguma coisa no Facebook foi uma ideia, logo muito bem aceita por diversos amigos, colaboradores e apoiadores. Meu pai, Alberto Ribeiro, que também nos deixou em abril de 2001, era o maior incentivador do Big Brasa. Com toda certeza ficaria muito feliz em participar deste grupo e sempre que pudesse daria opiniões, sugestões, ideias, para sua melhora! Muitas saudades dele, o “Mestre Alberto”, como era conhecido e da mamãe, a “Dona Zisile”.

O Grupo Big Brasa, Os Faraós, Os Rataplans, Anos 60/70 na primeira semana conseguiu mais de 150 participantes. Foi muito animador.

Passei então a postar algumas matérias já escritas em meu livro “O Big Brasa e Minha Vida Musical”, lançado em Messejana em 1999, letras de músicas, episódios, clipes do Youtube, enfim tudo que lembrasse bem aquele período. Lembro que minha mãe Zisile, na época em que não existia a Internet (idos de 1967/1969) nos ajudou muito ao escrever em um caderno, com sua caligrafia muito boa, quase todas as letras das músicas do Beatles, em especial aquelas que o Conjunto Big Brasa tocava. Este caderno serviu muito a todos. Graças a ela também a coleção de recortes de jornal sobre os shows, as festas e todos os eventos em que o Conjunto marcava presença. Ou seja, se não fosse ela não teria quase nada em termos de registros...

Sucesso no Facebook!
O Grupo Big Brasa, Os Faraós, Os Rataplans, Anos 60/70! Fez sucesso imediato e até hoje os amigos postam músicas, matérias, comentários, fazendo um entrelaçamento de amizade que vale muito para mim e acredito que para todos!

Um dia o Airton França (amigo e ex-pistonista do Big Brasa) me telefonou e disse, entusiasmado: “Beiró, você criou uma coisa muito legal, cara”, se referindo ao grupo no Facebook. E conversamos muito a respeito, inclusive de como seria possível fazermos um show com todo o pessoal, para matar as saudades e mostrar para os mais novos como a gente tocava na época. Eu particularmente não tinha a ideia da repercussão, mas fiquei muito satisfeito com os elogios do Airton.

Convidei várias pessoas para participar, inclusive aquelas que fizeram parte de outros conjuntos da época. Pensei em mudar o nome do grupo para não dar a ideia de que seria somente Big Brasa, Faraós e Rataplans, mas a ideia era essa: congregar todos os amigos músicos, de todos os conjuntos que conosco participaram deste período maravilhoso. Mas resolvi não mais alterar o nome, porque não havia necessidade mesmo, uma vez que a proposta tinha sido declarada várias vezes.

Muitos participantes com o objetivo de compartilhar

E os apoios e participações dos amigos foram aumentando. Hoje (14 de dezembro de 2013) o Grupo tem 402 participantes de diversas partes do Brasil! A Aline, minha amiga, pegou um dia o Photoshop e colocou nas fotos de alguns participantes uma montagem com a frase “Eterno Big Brasa”, como uma homenagem. Ficou muito legal e vamos postar novamente, para que os participantes mais recentes possam ver.

Com satisfação pude encontrar pessoalmente com alguns membros do grupo e manter contato mais estreito via “inbox”, comentários, com muitos outros. Falando sempre dos arranjos, de detalhes sobre introduções, instrumentos utilizados etc. Aprendi muito com todos os amigos, inclusive a explicar alguns termos e colocações que somente os músicos tinham conhecimento para os mais leigos em música.

Assim, de vez em quando “assino o ponto” no Grupo. Deixo alguma postagem alguma lembrança. E vejo com muito interesse as postagens de todos os amigos!

Mensagem de agradecimento

Neste período natalino não poderia deixar de agradecer a todos pela presença. É realmente uma satisfação para mim quando vejo uma postagem sobre o período, um comentário sobre determinada música, uma “curtida” etc.

Gostaria de poder abraçar um a um dos amigos, mas como não é possível faço destas palavras meus sinceros votos de que todos tenham um Natal verdadeiramente Feliz, e que em 2014 possam usufruir de muita saúde, felicidade e harmonia no lar.

Abraços aos amigos que fazem parte da “Família Big Brasa”, que aumenta ainda de vez em quando, com a adesão dos mais jovens, que nem sequer conheceram o grupo, mas passaram a nos admirar pelos registros mantidos.

Votos também que o Grupo prospere, seja divulgado por cada um dos participantes sempre que puderem, no sentido de manter acesa a chama de um período marcante e de uma época inesquecível para todos nós.

Feliz Natal e um Ano Novo repleto de felicidade e de bênçãos para todos!


terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Como tornar-se uma autêntica toupeira!

O Blog do João Ribeiro adverte: 

NÃO siga as dicas e conselhos abaixo, sob pena de você conseguir  tornar-se uma autêntica toupeira! 

Escrevi este texto baseado em um dos chefes que tive em minha carreira, há muito tempo, o qual pensava ser o dono da razão, sempre! E por isso não deixava seus subordinados opinarem no sentido de melhorar qualquer rotina de trabalho. Com aquele procedimento impedia que as ideias surgissem, inibia a criatividade de seus colegas de trabalho e consequentemente tornou-se um exemplo negativo de chefia...

Os acontecimentos geraram o texto abaixo, que serviu simplesmente de desabafo pessoal na época que os fatos ocorreram. Nunca procedi como o relato abaixo sugere. Muito ao contrário sempre gostei de analisar, estudar as rotinas, as normas, as tarefas e sempre que possível opinar no sentido de enriquecê-las. Portanto, leve tudo como brincadeira, mas produzida por fatos e acontecimentos reais comigo ocorridos. 

Você terá a seguir alguns entendimentos teóricos e exemplos que poderão ser aplicados no dia no sentido de torná-lo insensível à criatividade, frio, desprovido de emoções e de sentimentos, desinteressado, apático, mas, no entanto, um fiel seguidor das idéias que lhe são expostas, sem que para isso seja preciso “gastar” um pouco sequer de seu raciocínio.

Afinal, para que recebemos ou nascemos com um cérebro para pensar? Puro desperdício de energia craniana não acha? Vejam como é bastante simples.

Siga os ensinamentos à risca, sem pensar! Agindo assim, você praticamente iniciou o treinamento... Para tornar-se uma toupeira!

· Nunca se esforce para fazer aquilo que não lhe é cobrado;
· Sob hipótese nenhuma descubra uma falha no serviço. Se isso eventualmente acontecer não se desespere: o importante mesmo é você não procurar saber como corrigi-la, porque você estará, dessa forma ,pensando. Deixe que outros o façam;
· Desconsidere qualquer possibilidade de erro nas instruções vindas de seus superiores hierárquicos. Acostume – se , portanto, que você não é mesmo capaz de contribuir para melhora de nada, devendo, por essa razão, recolher- se a sua insignificância;
· Seja subserviente. Acate sempre todas as ordens, missões, regulamentos, conceitos – enfim tudo – sem discutir! Sem esta prática você dificilmente conseguirá a nulidade tanto almejada.
· Se você em determinado mo mento, tiver um pensamento positiva sobre qualquer assunto, particularmente sobre matérias que envolvem a “agilidade” mental, o raciocínio, tire-o da cabeça imediatamente pois você esta redondamente enganado. Neste caso, você estará sendo iludido por sua própria, fraca e deteriorada mente. Abandone tal idéia, pois ela virtualmente se tornaria um redundante fracasso, se implementada!

·     
  Nos momento de reflexão (?), ou seja, naquelas poucas e raríssimas oportunidades em que o seu cérebro tenta atuar, volte-se para as atividades de seu intelecto meramente banais, quais sejam, as de tentar copiar as brilhantes idéias dos outros, imitado sempre o próximo, anulando assim toda e qualquer ação própria de sua inteligência, visto que, como é sabido, você não recebeu dons para isto;
· Lembre-se mais uma vez de que você tem que se habituar cm sua natural incapacidade e variedades limitações;
· Fuja com tenacidade de qualquer tentação que possa levá-lo ao progresso e a qualquer tipo de esforço.
· Deixe tudo “correr frouxo”, não dê opiniões que possam contribuir para o enriquecimento de seu serviço

Concluindo, se você tiver ou chegar a ter um Chefe com estas características, ele sempre terá razão porque seguirá aquele velho ditado: “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Há, na realidade, momentos que devemos ponderar algumas atitudes, desde que não prejudiquem o nosso íntimo. Algumas ordens, entretanto, quando chegarem a um ponto tal que lhe faça lembrar este texto reflita e veja qual comportamento será melhor para você!

Continuar a progredir pessoalmente ou tornar-se simplesmente uma toupeira?   

Fui viciado em uma droga pesada!

Passei catorze anos viciado em uma droga pesada, verdadeiramente. 
Não quis ouvir os acertados conselhos de meu pai e por isso tive prejuízos para minha saúde e em conseqüência para aqueles que estiveram perto de mim. Saiba como venci esta dependência, uma luta considerada como a maior vitória de minha vida!

Hoje relato a experiência no sentido de que alguém possa também vencer essa droga mais rapidamente. Ou se ainda não experimentou a droga nunca o faça! Considero muito importante esta luta porque somente quem esteve em minha situação é quem pode relatar as dificuldades que o problema apresenta.

Aos 14 anos, quando estudava no Colégio Marista de Fortaleza, experimentei um cigarro “importado”, levado por um colega... Novidade, naquele tempo, tanto que aguçou minha curiosidade de adolescente. Lembro que da primeira vez tossi bastante e senti um gosto muito ruim na boca. Mas no dia a dia esse meu “amigo”, que levava os cigarros escondidos, me oferecia novamente. E assim comecei a acostumar com a inalação da fumaça. Mal sabia que estava adentrando em um caminho perigoso ao usar esta droga – o cigarro. E começando a destruir meu próprio corpo.

Efetivamente comecei a fumar aos quinze anos, por minha conta e risco, como se diz. Fui descoberto fumando, por meu pai, que me advertiu de maneira bem sensata sobre os malefícios que o cigarro poderia me trazer. Mas eu, de forma impulsiva, respondi que estava pronto a arriscar! E ele disse que “por falta de aviso não foi”...

O tempo passava e eu ficava cada vez mais viciado. O número de cigarros por dia aumentava gradativamente. E as advertências de meu pai também. Eu ficava irritado, na realidade porque tinha lido bastante sobre os males e os perigos do tabagismo e como estava viciado (embora não reconhecesse o fato) não gostava que os outros falassem. Eu pensava o que todo mundo que fuma diz: não sou viciado, eu posso parar quando quiser... Mas não é bem assim que acontece. Alguns sequer conseguem após tentar uma vida toda e acabam perdendo suas vidas, com seus pulmões estraçalhados por um enfisema ou um câncer básico... Infelizmente.

O aumento gradual do vício

Dos 16 anos em diante já fumava duas carteiras por dia! Jogando nicotina e um bocado de substâncias cancerígenas em um local do corpo humano que a natureza construiu para funcionar como um filtro! É como se você jogasse areia em um tanque de combustível de seu carro, mais ou menos isso. Com a diferença que em um veículo você pode trocar os filtros, o tanque, porque são meramente peças. E no corpo humano não. Você apenas vai destruindo, estragando, sem sentir o mal que poderá vir pela frente.

No dia em que completei meus 18 anos decidi “largar de fumar”. Uma vez que eu pensava que iria ser fácil... Pois bem: dois dias depois voltei. Fiquei pensativo, frustrado, mas achei que conseguiria logo meu intento. Marquei nova data para o final do cigarro. E novamente aconteceu a mesma coisa. Ora, eu realmente estava viciado. Na época eu já começava a sentir os malefícios do cigarro para as vias aéreas. Gastava muito dinheiro com o cigarro e também com remédios (pastilhas, xaropes) para melhorar. Ou seja, eu pagava para usar o veneno e pagava pelo remédio! Burrice ao quadrado!

Passaram-se 14 anos, nos quais inúmeras tentativas foram feitas e todas em vão. Até que cheguei ao ponto de pensar que não tinha mais força de vontade e me sentia por muitas vezes depressivo por isto. Mas continuava fumando!

Por onde andava eu fumava e impregnava os ambientes, mesmo sem ter consciência exata daquilo. Impressionante: as pessoas que fumam não sentem o mau cheiro do cigarro! E também não sabem que incomodam bastante os outros. Ou pelos menos sabem, mas disfarçam isso por não terem coragem de admitir o fato.

Foi preciso um exemplo de um chefe que eu tive em Fortaleza, que largou de vez o cigarro depois de ter fumado por 50 anos! E eu pensava: puxa, se esse cara que é bem mais velho do que eu conseguiu eu tenho que conseguir também.

E após incontáveis tentativas de largar o maldito vício (uma delas que durou quatro meses) e mesmo assim voltei, decidi a fazer o que seria a “última” tentativa de largar o cigarro. Foi diferente. Propus para mim mesmo que eu não iria parar de fumar e apenas “suspender” o vício até quando agüentasse. Tinha visto também, ao vivo, exeplos de pulmões de um fumante e de um não fumante... Passaram-se três meses nos quais todo o nervosismo tomava conta de mim. Ansiedade, mau humor e muitas coisas até “perderam o significado para mim”. Verdade? Como assim?
 
Se eu ia à praia ficava fumando, aos estádios de futebol também, tocando festas com meu conjunto musical da mesma forma, nos programas de televisão que participava fumava muito... Em casa nem se fala, fumava em todos os locais e deveria ser péssimo para minha família.

Desse modo fiquei praticamente sem sair de casa por três meses, a não ser para trabalhar, até que comecei pouco a pouco a vencer umas batalhas importantes. Foram uns desejos compulsivos para fumar que ocorreram várias vezes. E por muito pouco eu teria perdido, mas consegui me manter longe da droga. E assim o tempo passou e venci a guerra contra o cigarro. A maior luta de minha vida!

Faz 30 anos que eu parei de fumar. Fiz uns cálculos do que gastei em dinheiro com o cigarro e com o que economizei neste período, sem contar os benefícios para a saúde, que são os mais importantes.

Os cálculos com dinheiro jogado fora com o cigarro

As contas são estas: 14 anos, multiplicados por 365 dias, são: 5.110 dias. Como eu fumava duas carteiras por dia teria comprado 10.220 carteiras de cigarro, gastando aproximadamente R$ 61.320,00 (reais), admitindo um preço médio de R$ 6,00 reais por carteira. E consumi mais ou menos 204.400 cigarros! Como sobrevivi? Só Deus sabe.

Quanto economizei em dinheiro depois que larguei a droga pesada do cigarro

Em 30 anos (período que estou sem fumar) deixei de comprar: 30 anos x 365 dias: 10.950 dias. Multiplicados por 2 carteiras por dia (em média): R$ 131.400,00 reais!

As drogas lícitas e as ilícitas

Hoje em dia existem muitas drogas circulando na sociedade. Umas lícitas e outras ilícitas. De forma hipócrita a sociedade ainda recebe a aceita o cigarro, mas os órgãos da área de saúde começaram, ainda que de forma tímida, a avisar sobre os prejuízos e malefícios que o vício do cigarro pode ocasionar. Outra droga lícita é o álcool, que já vitimou milhões de pessoas, quer as atacando fisicamente e danificando seus órgãos, como através de mortes no trânsito (dirigir alcoolizado), assassinatos sobre o efeito do álcool e por aí temos exemplos aos milhares.

Em que minha vida melhorou

Graças a meu esforço consegui sair dessa e melhorar MUITO minha qualidade de vida e a de meus familiares e pessoas a meu redor. Melhorei meu condicionamento físico e mental (isso, mental também, porque o cigarro destrói área do cérebro e determinados registros de nossa memória, fato comprovado cientificamente).  

Lembro que um filho meu me disse, na inocência de seus 5 ou 6 anos: “papai, que bom que agora não tem mais aquele mau cheiro aqui em casa”... Isto me tocou muito tendo em vista que ele, pelo respeito que sempre teve comigo, nunca tinha comentado nada e naquele momento deixou escapar o que percebia. Falou por um anjo e me deu mais forças ainda.

Ao final digo que escrevi este texto e não consigo mesmo acreditar que eu possa ter caído em uma armadilha tão traiçoeira! Como fui vítima de uma arapuca que poderia ter destruído minha vida muito cedo. Devo ter ficado com alguns resquícios, certamente, e será o preço que terei que pagar pelo meu envolvimento com o cigarro.

Nada é de graça nesta vida!