terça-feira, 22 de agosto de 2017

Sentimentos de Vida

Estou meio perdido. Tenho que atualizar meus resumos de vida e avaliar muitas situações que mudaram. Talvez seja pelo próprio tempo ou por circunstâncias que não consegui definir ainda ou quem sabe, por decisões difíceis de serem tomadas ou mesmo impossíveis a esta altura dos acontecimentos.

O fato é que sempre dediquei minha vida primeiramente ao aprendizado, como até hoje, e com o próprio crescimento físico e idades certas, aos trabalhos que desenvolvi em cada período de vida. Mas tudo levando à meta principal, que é a família. Um sacrifício desde novo para conseguir proporcionar um bem-estar para todos, sempre, sempre. Muito trabalho, estudo e dedicação. A saúde (ou a falta dela) recebe hoje os reflexos de algumas atitudes advindas do tipo de trabalho, iniciado praticamente desde meus 15 anos de idade.

A vida é assim: quando os filhos se afastam e desenvolvem suas próprias famílias aparece certo vácuo, muitas vezes preenchido pela presença dos netos. É como se fosse uma repescagem, um resgate que ajuda a seguir em frente. Por outro lado, face à rotina e convivência pessoal o diálogo não é mais o mesmo, nem de perto. Parece que tudo se tornou apenas obrigação, ou seja, tenho que fazer isso, tenho que fazer aquilo e nada parece ter fim ou trazer uma saciedade, apesar de meus esforços. Observo que isso ocorre talvez em razão de uma relativa segurança.

Vou perdendo gradativamente o interesse por algumas causas, talvez motivado pelas inúmeras tentativas e resultados nada satisfatórios. Acho que acertei ao me preocupar com o equilíbrio financeiro da família, ao transmitir os princípios básicos do planejamento, em seu sentido mais amplo, e também de traçar para todos o que em minha visão seria o melhor. Pelos resultados acho que atingi este objetivo.

E continua o tempo: penso em melhorias para todos, procuro organizar, planejar e manter o que há de melhor dentro de nossas possibilidades. Mas a sensação de que estou remando contra a maré persiste. Tento repassar alguns conhecimentos de vida, mas a relutância por parte de algumas pessoas a aprender ou pelo menos a continuar tentando aprender diminui meus limites de paciência e de tolerância. Neste ponto tenho que aceitar um de meus erros, o de desejar que todas as pessoas sejam rápidas, que assimilem logo, perguntem, critiquem o que achar necessário, francamente, elogiem e apresentem ideias e soluções.   

Sempre em meus trabalhos, em especial como músico, procurei avançar o que fosse possível. E me espelhava nos melhores músicos para o alcance de melhoras. E consequentemente este meu jeito de ser, de notar falhas, apontar soluções, cobrar determinadas mudanças no estilo ou maneira de trabalhar, fez com que em diversas vezes eu ouvisse expressões do tipo: “você reclama muito nos ensaios”. E eu repliquei um dia dizendo: “E vocês nunca apontam erros”, forma pela qual nunca iremos nos desenvolver. E insistia: apontem minhas falhas porque os ensaios têm esta finalidade mesmo. São para o aperfeiçoamento, portanto muito importantes.

Aliado a estes fatores a vida, ao mesmo tempo em que o tempo e a idade nos favoreceram muito em diversos aspectos, nos proporcionaram também algumas decepções inesperadas. Tenho a impressão de que não há limites para a satisfação de todos. O copo d’água da satisfação de muita gente não enche nunca! As dificuldades aumentam na proporção em que os dias passam.

O meu saudoso e inteligente pai disse algumas vezes, quando tinha mais de 75 anos, que “há momentos para falar e outros para calar”. E eu ficava sem entender a razão dessa afirmação. Agora parece que comecei a entender perfeitamente o que ele queria dizer. O mundo é composto de vários ciclos de vida. Os mais novos se tornam adultos e quase todos pensam que sabem muito mais que os seus pais, um conceito que aqui no ocidente é muito diverso do que ocorre nos países orientais, onde existem conselhos, formados por pessoas de mais idade, que são respeitados pelos mais jovens.

Vou procurar o afastamento de certas atividades profissionais que já não fazem tanto sentido para mim como antes. Como eu tive chances de aprender os melhores caminhos para a organização do trabalho, através da atividade de Inteligência, que exerci plenamente e da qual me orgulho muito, outras pessoas não passaram pelo mesmo processo, vivências ou simplesmente não possuem características semelhantes para tal. O que é uma constatação, tendo em vista que até nossos dedos são diferentes...


Como disse no início deste texto “Estou meio perdido”. Acrescento: e ansioso também, pelo que virá a seguir nesta breve e efêmera passagem. Mas tenho certeza de que isso não é privilégio meu. Com o tempo virá para todos. E por isso mesmo temos que viver todos os instantes de forma intensa. 

domingo, 20 de agosto de 2017

As amizades virtuais e os tempos modernos


Quem diz ou aconselha que é preciso termos cuidado para não nos fecharmos ao mundo real e adotar o mundo virtual como uma fuga tem razão, em parte. Mas por outro lado, a sociedade sofre alterações dia a dia, os meios de comunicação também, as distâncias são encurtadas de certa maneira que podemos conversar com amigos, amigas, parentes, enfim, pessoas de qualquer natureza à distância. E isso é muito bom!

Sou uma pessoa que gosta de novidades e de acompanhar a evolução dos tempos. E está aí exatamente o ponto chave da história: descobri que as inúmeras redes sociais possuem particularidades diversas. E dentro deste princípio aderi a elas, gradativamente.

Em razão disso conheci várias pessoas muito interessantes, encontrei amigos e amigas que há tempos não falava, localizei muito parentes pelo Brasil afora e também encontrei espaços para colocar no mundo um pouco de minhas ideias. Através de um blog, de vídeos familiares, fotografias. A comunicação ficou muito mais fácil, não resta a menor dúvida. Quem possui o famoso Whatsapp sabe disso.

Dentro dos limites impostos pela privacidade ou pela segurança, que cada um de nós deve procurar manter, de acordo com suas próprias convicções ou necessidades, tudo isso, o Facebook, o Twitter, o Instagram, o Google Plus e outros mais, são ferramentas que ficam disponíveis para nosso bom uso. Dizem que as redes sociais fazem parte das maravilhas do mundo, pois através delas pessoas se comunicam a todo instante de qualquer lugar do planeta, compartilham suas experiências e, até no comércio, as mais inexperientes marcas fazem esforço para se comunicarem com seus clientes.

Vale dizer que as restrições a determinados temas, que aprendi no tempo em que eu era um radioamador muito ativo, tendo feito milhares de contatos que envolveram 172 países, também são até certo ponto válidas nas redes sociais de hoje em dia. Por exemplo, Política, Religião e Futebol são temas que possibilitam muitas discórdias. Mas a diferença do que existe hoje em termos de comunicação social, através das diversas redes, é que podemos e devemos externar nossos pensamentos ou ideias de forma a que não ofenda a quem conosco não concordar.

O convencimento de alguém a adotar algum conceito através de imposições ou de pressões não existe. Quando pessoas acreditam, de boa fé ou de má fé em determinada causa, não há jeito mesmo. Então o que fazer? Não aceitar provocações, evitar choques desnecessários de ideias de forma a provocar o rompimento até de amizades. E escrever sempre os conceitos, iniciando ou intermediando os termos “em meu entendimento” ou expressões similares. O que indica claramente ao leitor que ele pode ter outra ideia. E que pode apresentá-la, desde que o faça dentro dos mesmos parâmetros do respeito, educação e cordialidade.

O que virá a seguir é muito fácil. Se você acha que determinada pessoa ou grupo está prejudicando o seu espaço, simplesmente não responda e não aceite provocações. E se ao adicionar um novo amigo virtual constatar que ele também não é o que você pensava, é bem mais fácil desfazer essa amizade virtual.

Em suma, tenho as amizades virtuais como plenamente legítimas. Passo a conhecê-las primeiramente pelo espírito, que é bem desenhado através da palavra. E sempre que possível gostaria de conhecer mais a todos, o que certamente é impossível. Mas o fundamental talvez é que algumas de nossas amizades virtuais, são na realidade nossas amizades reais, as quais nossos contatos são apenas mais facilitados com o uso da tecnologia.     


sábado, 19 de agosto de 2017

Quem fará uma verdadeira faxina no País?

Uma difícil situação


Estamos em uma difícil situação. A economia do país foi estraçalhada em anos de má gestão, corrupção praticamente generalizada. Nunca houve neste país um número de desempregados tão grande, uma violência crescente e sem controle em todos os Estados, um crescimento avassalador do crime organizado, as áreas de Saúde e da Educação apresentando precariedades de todo tipo e com um Judiciário totalmente emperrado dentre um sem número de mazelas. Ou seja, a população brasileira come o pão que o diabo amassou.

É difícil, praticamente impossível e enfadonho enumerar tantos males no Brasil. A população brasileira, pelo que se observa, já não acredita mais nas manifestações. Acreditamos que se houvesse uma operação Lava-Jato em cada município brasileiro ainda assim seria muito difícil. Em todo lugar que se procura são encontradas irregularidades, desvios, maracutaias. Inúmeras autoridades estão altamente envolvidas com os ilícitos. A polícia vai prendendo e, por conta de recursos e interferências mil, os acusados vão sendo soltos. A impunidade é um verdadeiro combustível para o crime.

Uma reforma política necessária!

Além das inúmeras reformas propostas pelo Poder Executivo, em uma tentativa de tirar o país do buraco em que se encontra, é importante observar o comportamento da classe política, no Congresso Nacional. As prioridades são esquecidas e se trava uma eterna luta pela perpetuação dos cargos, dos mandatos, com a finalidade específica de ficar perto do Poder e dele usufruir cada vez mais. As negociatas pelos votos continuam como em outros governos. O troca-troca, o “toma lá, dá cá” são os artifícios mais utilizados como articulações e manobras políticas. Todos estão, na realidade, indiferentes para a situação do país. Como exemplo das verdadeiras imoralidades e absurdos é um juiz ganhar em um só mês mais do que R$ 500 mil reais e dizer, ao ser questionado: “pouco estou me lixando com isso. No próximo mês irei receber 750 mil e vou postar no Facebook”... A que ponto chegou o país? E tudo dentro da legalidade! Ou seja, as leis é que fornecem os aspectos legais para que as imoralidades com o erário público aconteçam.

Com 13,5 milhões de desempregados a tônica no Congresso é se o “Distritão” é melhor do que o Distrital Misto ou o que quer que seja.

O teto salarial do funcionalismo público

A lei determina que haja um teto para os salários dos servidores públicos. Mas isso na realidade nunca aconteceu, porque existem mil artifícios que tornam as inúmeras gratificações e auxílios ou penduricalhos salariais de qualquer espécie sejam incorporados aos salários.

E na situação de crise intensa o Poder Executivo pode apenas determinar os cortes em seu pessoal. Como o aumento de impostos, da contribuição previdenciária, do teto para as carreiras, valendo a ressalva: sempre com exceção dos militares. 

Ilusão geral

Todos aqueles que acreditam na representatividade dos políticos no sentido de trabalharem em prol da sociedade estão redondamente enganados. As diversas agremiações existentes, em sua maioria, estão voltadas para seus interesses. Portanto alheias ao que acontece no Brasil. Buscam apenas as condições ideais, os financiamentos de suas campanhas para se eternizarem no poder.

Em última análise, raciocine: você ser obrigado, através dos impostos que paga, a financiar as campanhas daqueles que estão eternamente espoliando o país? Ora, na verdade o certo seria que cada político ou partido fizesse, arcasse com os custos de suas campanhas. E ponto final.