quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Marcas indeléveis para a humanidade

O ano de 2020 se tornou inteiramente atípico e que jamais será esquecido pela humanidade. Inicialmente com muitas e boas expectativas para os brasileiros, começou logo com o Carnaval, festa popular e com larga propaganda no mundo, logicamente com todos os excessos e a loucura desenfreada de muitas pessoas, que fogem de tudo o que diz respeito ao bom-senso. Mas a triste surpresa chegaria pouco mais adiante com as notícias de um novo vírus, que em pouco tempo se alastrou por todo o planeta. E repentinamente foi nos chegando uma enorme transformação, o medo do desconhecido, a insegurança de todos e a mudança de hábitos que presenciamos e vivemos até os dias atuais, com a declarada pandemia que ainda persiste, mesmo passados sete meses. Uma doença rápida que se propaga de forma rápida e dizima as pessoas sem parar.   

Que somos nós na humanidade?

Para a ciência, pesquisadores, médicos, um combate inesperado e sem preparo específico nenhum. Não se conhecia o inimigo. Uma luta inicial completamente desigual, como se um exército enfrentasse um adversário invisível, mas extremamente destruidor. Milhares de baixas em quase todos os países, cenas que jamais pensaria assistir. E dia após dia as batalhas se sucederam com cada vez mais derrotas que a humanidade sofreu. E aqui cabe uma pequena reflexão sobre nossa existência, no sentido da fraqueza extrema de nossa vida terrestre, as limitações do ser humano ante um inimigo muito pequeno, invisível a nossos olhos, mas que impiedosamente prossegue ceifando milhares de vidas.

Enquanto bilhões foram gastos em todo o mundo para que o homem descubra se existe água em Marte ou pesquisando imagens de longínquas galáxias ou mesmo desenvolvendo projetos armamentistas sob o argumento de suas defesas contra a própria espécie, o homem continua sem conhecer o seu próprio cérebro, não consegue descobrir a cura para o câncer, pouco conhece o que existe em nossos mares. Isto para se falar o mínimo sobre os supérfluos que usamos em nossas vidas. As tecnologias tiveram um avanço enorme, mas de nada valeu ainda para esta guerra contra o novo vírus. Enquanto milhões de turistas viajavam pelo planeta com extrema facilidade e rapidez, agora contribuíram para que o vírus tivesse uma propagação absurdamente rápida e fatal.

Milhões de baixas

Pelo mundo inteiro os noticiários estampam, dia a dia, a quantidade de baixas sofridas pelos seres humanos de todas as localidades, independe de condição social, raça, sexo, tendo agredido mais os idosos naturalmente por suas maiores fragilidades decorrentes da vida. São incontáveis baixas que tivemos e aqui vai o nosso pesar por essas pessoas e pelo sofrimento de suas famílias. Ainda estamos diante de um quadro inesperado e assustador, do qual aprendemos um pouco para a continuação deste combate desigual.

Uma parte da população atravessou momentos de isolamento, tendo que ficar em casa para não se encontrar com o inimigo, com roupas, mas sem poder usá-las, com carros, mas sem poder sair de casa. Isto no melhor cenário porque outra parte de nossas sociedades, particularmente as de menor condição social, tiveram seus empregos suprimidos e sua situação agravada em razão da pobreza. Além das baixas vale dizer que as mudanças sofridas por milhões de pessoas aprisionadas, com o temor da morte e do contágio, trouxeram traumas que levarem muitos à depressão, além de todas as outras maléficas consequências. 

Prejuízos para todas as áreas

A Saúde, em primeiro lugar, pelas dificuldades em enfrentar o inimigo; a Economia com sua queda em todos os países, a Educação com as novas experiências sobre a continuidade do tele-ensino. Estes são alguns dos aspectos que mencionamos, sabendo que as consequências do problema levarão muitos anos sendo estudadas.

A luta travada pelos gestores mundiais e pelos cientistas para reorganizarem os seus combatentes, em visível estado de derrotas constantes, se alastrou. O mundo nunca mais será o mesmo. Pelo lado dos profissionais da saúde, nossos soldados da linha de frente, as dificuldades ainda estão sendo enormes, por não conhecer o inimigo mortal e nem possuir armas eficazes para um efetivo combate. E assim as baixas ocorreram em número incalculável.

A ciência corre atrás do enorme prejuízo. Esperamos agora mais armas, como as vacinas, para o enfrentamento dessa doença. Todas as nações mais desenvolvidas estão trabalhando para encontrarem uma saída para o problema.

Uma marca indelével para a humanidade

Sem dúvida, uma crise de saúde mundial que jamais será esquecida. E que forçosamente trouxe mudanças para todos nós.

E uma conclusão, apesar de óbvia, se robusteceu: nossa vida é muito frágil! E por isso mesmo temos que rever alguns de nossos conceitos em relação a nós mesmos e no tratamento de nossos semelhantes, para que possamos evoluir um pouco nesta nossa célere passagem aqui pela Terra.

João Ribeiro da Silva Neto