sábado, 21 de outubro de 2023

A passagem para o mundo espiritual

Muito se tem escrito sobre a finitude de nossa existência terrena e sobre quão efêmera ela pode ser. É difícil nos acostumarmos à ideia de que todos nós teremos um fim, mas necessário é entender que nós teremos outra vida, desta vez espiritual, em outros planos, como muito acreditam inclusive eu. Tenho abordado este tema algumas vezes no Blog do João Ribeiro, assim como assuntos bem correlatos, sobre os mistérios do que virá a seguir, expectativas que poderíamos ter sobre um assunto tão difícil para nosso entendimento.  

Mas, dentro da simplicidade deste texto, tento falar um pouco de pensamentos que tenho tido ao longo de minha existência desde a infância até os dias atuais. Por exemplo, no princípio, quando criança, nem sequer nós imaginamos tocar esse assunto, ou seja, a morte não figurava entre o nosso meio. Na realidade uma criança quase que uma convicção de que será eterna e isso é muito bom para essa idade, um tipo de proteção mental. Mais tarde um pouco, dependendo do caso alguns na juventude e outros na fase adulta começam a se dar conta da passagem de outras pessoas e da existência da morte e assim a ausência de pessoas, entes queridos, começa a fazer parte de nossas vidas.

Na fase adulta, particularmente na envelhescência, como se chama aquele período em que nós iniciamos o processo e entramos na terceira idade a consciência, juntamente com nossas experiências de vida nós passamos a perceber que nossos familiares, amigos, vão descendo do Trem da Vida em diferentes estações, sem aviso prévio em grande parte das vezes. A cada partida uma constatação de que nós realmente somos seres finitos e a única espécie na terra que possui a consciência disso.

Em meu caso particular, além de perder o meu pai e a minha mãe, vivenciei a perda da totalidade de meus tios, muitos primos, parentes próximos e inúmeros amigos. Tenho um grande amigo que entende muito bem essas questões e que em nossas conversas passei a assimilar com calma todas as verdades sobre o assunto e a encarar a morte como uma consequência natural da vida. A realidade é essa, não há o que mudar. Um ser humano nasce, cresce, envelhece e morre. Pensando assim é importante trabalhar o nosso espírito para receber os fatos com a possível naturalidade. Os nossos entes queridos se foram fisicamente, mas deixaram em nós as suas marcas, a saudade e as lembranças. Eles estão em outra dimensão que nós não podemos imaginar o processo.

Ter bastante fé e uma crença não somente em religiões, de uma forma geral, mas sim que existe um Ser Supremo e que há outra dimensão de vida que nós estaremos algum dia eternamente.

Mas eu gosto muito de ler e me aprofundar nesses assuntos, concordo que os espíritos são regidos por condicionantes totalmente diversas das nossas, como o tempo, distância, o espaço etc. O que por este lado me leva a pensar em uma possibilidade: já que temos na informática atual o armazenamento “nas nuvens”, os espíritos também poderiam viajar por uma camada, que ainda não sabemos como seria, mas em um estado que não estejam submetidos ao tempo, assim como nós. Desse modo os espíritos poderiam avançar ou retroceder no tempo e, em algumas hipóteses mais remotas, nos transmitir através de sonhos, impressões ou do que chamamos às vezes de pressentimentos, o que poderia vir a acontecer conosco. O assunto é empolgante e certamente nunca chegaremos a uma conclusão, mas só nos resta pensar, com a inteligência e o raciocínio que nos foi dado nesta fascinante experiência de vida. 

João Ribeiro da Silva Neto