Passei catorze anos 
viciado em uma droga pesada, verdadeiramente. 
 Não quis 
ouvir os acertados conselhos de meu pai e por isso tive prejuízos para minha 
saúde e em conseqüência para aqueles que estiveram perto de mim. Saiba como 
venci esta dependência, uma luta considerada como a maior vitória de minha vida!
Não quis 
ouvir os acertados conselhos de meu pai e por isso tive prejuízos para minha 
saúde e em conseqüência para aqueles que estiveram perto de mim. Saiba como 
venci esta dependência, uma luta considerada como a maior vitória de minha vida! 
Hoje relato a 
experiência no sentido de que alguém possa também vencer essa droga mais 
rapidamente. Ou se ainda não experimentou a droga nunca o faça! Considero muito 
importante esta luta porque somente quem esteve em minha situação é quem pode 
relatar as dificuldades que o problema apresenta.
Aos 14 anos, quando 
estudava no Colégio Marista de Fortaleza, experimentei um cigarro “importado”, 
levado por um colega... Novidade, naquele tempo, tanto que aguçou minha 
curiosidade de adolescente. Lembro que da primeira vez tossi bastante e senti um 
gosto muito ruim na boca. Mas no dia a dia esse meu “amigo”, que levava os 
cigarros escondidos, me oferecia novamente. E assim comecei a acostumar com a 
inalação da fumaça. Mal sabia que estava adentrando em um caminho perigoso ao 
usar esta droga – o cigarro. E começando a destruir meu próprio corpo. 
Efetivamente comecei 
a fumar aos quinze anos, por minha conta e risco, como se diz. Fui descoberto 
fumando, por meu pai, que me advertiu de maneira bem sensata sobre os malefícios 
que o cigarro poderia me trazer. Mas eu, de forma impulsiva, respondi que estava 
pronto a arriscar! E ele disse que “por falta de aviso não foi”... 
 O 
tempo passava e eu ficava cada vez mais viciado. O número de cigarros por dia 
aumentava gradativamente. E as advertências de meu pai também. Eu ficava 
irritado, na realidade porque tinha lido bastante sobre os males e os perigos do 
tabagismo e como estava viciado (embora não reconhecesse o fato) não gostava que 
os outros falassem. Eu pensava o que todo mundo que fuma diz: não sou viciado, 
eu posso parar quando quiser... Mas não é bem assim que acontece. Alguns sequer 
conseguem após tentar uma vida toda e acabam perdendo suas vidas, com seus 
pulmões estraçalhados por um enfisema ou um câncer básico... Infelizmente.
O 
tempo passava e eu ficava cada vez mais viciado. O número de cigarros por dia 
aumentava gradativamente. E as advertências de meu pai também. Eu ficava 
irritado, na realidade porque tinha lido bastante sobre os males e os perigos do 
tabagismo e como estava viciado (embora não reconhecesse o fato) não gostava que 
os outros falassem. Eu pensava o que todo mundo que fuma diz: não sou viciado, 
eu posso parar quando quiser... Mas não é bem assim que acontece. Alguns sequer 
conseguem após tentar uma vida toda e acabam perdendo suas vidas, com seus 
pulmões estraçalhados por um enfisema ou um câncer básico... Infelizmente. 
O aumento gradual do 
vício
Dos 16 anos em diante 
já fumava duas carteiras por dia! Jogando nicotina e um bocado de substâncias 
cancerígenas em um local do corpo humano que a natureza construiu para funcionar 
como um filtro! É como se você jogasse areia em um tanque de combustível de seu 
carro, mais ou menos isso. Com a diferença que em um veículo você pode trocar os 
filtros, o tanque, porque são meramente peças. E no corpo humano não. Você 
apenas vai destruindo, estragando, sem sentir o mal que poderá vir pela frente. 
 No dia em que 
completei meus 18 anos decidi “largar de fumar”. Uma vez que eu pensava que iria 
ser fácil... Pois bem: dois dias depois voltei. Fiquei pensativo, frustrado, mas 
achei que conseguiria logo meu intento. Marquei nova data para o final do 
cigarro. E novamente aconteceu a mesma coisa. Ora, eu realmente estava viciado. 
Na época eu já começava a sentir os malefícios do cigarro para as vias aéreas. 
Gastava muito dinheiro com o cigarro e também com remédios (pastilhas, xaropes) 
para melhorar. Ou seja, eu pagava para usar o veneno e pagava pelo remédio! 
Burrice ao quadrado!
No dia em que 
completei meus 18 anos decidi “largar de fumar”. Uma vez que eu pensava que iria 
ser fácil... Pois bem: dois dias depois voltei. Fiquei pensativo, frustrado, mas 
achei que conseguiria logo meu intento. Marquei nova data para o final do 
cigarro. E novamente aconteceu a mesma coisa. Ora, eu realmente estava viciado. 
Na época eu já começava a sentir os malefícios do cigarro para as vias aéreas. 
Gastava muito dinheiro com o cigarro e também com remédios (pastilhas, xaropes) 
para melhorar. Ou seja, eu pagava para usar o veneno e pagava pelo remédio! 
Burrice ao quadrado! 
Passaram-se 14 anos, 
nos quais inúmeras tentativas foram feitas e todas em vão. Até que cheguei ao 
ponto de pensar que não tinha mais força de vontade e me sentia por muitas vezes 
depressivo por isto. Mas continuava fumando! 
 Por onde andava eu 
fumava e impregnava os ambientes, mesmo sem ter consciência exata daquilo. 
Impressionante: as pessoas que fumam não sentem o mau cheiro do cigarro! E 
também não sabem que incomodam bastante os outros. Ou pelos menos sabem, mas 
disfarçam isso por não terem coragem de admitir o fato.
Por onde andava eu 
fumava e impregnava os ambientes, mesmo sem ter consciência exata daquilo. 
Impressionante: as pessoas que fumam não sentem o mau cheiro do cigarro! E 
também não sabem que incomodam bastante os outros. Ou pelos menos sabem, mas 
disfarçam isso por não terem coragem de admitir o fato. 
Foi preciso um 
exemplo de um chefe que eu tive em Fortaleza, que largou de vez o cigarro depois 
de ter fumado por 50 anos! E eu pensava: puxa, se esse cara que é bem mais velho 
do que eu conseguiu eu tenho que conseguir também. 
E após incontáveis 
tentativas de largar o maldito vício (uma delas que durou quatro meses) e mesmo 
assim voltei, decidi a fazer o que seria a “última” tentativa de largar o 
cigarro. Foi diferente. Propus para mim mesmo que eu não iria parar de fumar e 
apenas “suspender” o vício até quando agüentasse. Tinha visto também, ao vivo, 
exeplos de pulmões de um fumante e de um não fumante... Passaram-se três meses 
nos quais todo o nervosismo tomava conta de mim. Ansiedade, mau humor e muitas 
coisas até “perderam o significado para mim”. Verdade? Como assim? 

Se eu ia à praia 
ficava fumando, aos estádios de futebol também, tocando festas com meu conjunto 
musical da mesma forma, nos programas de televisão que participava fumava 
muito... Em casa nem se fala, fumava em todos os locais e deveria ser péssimo 
para minha família. 
Desse modo fiquei 
praticamente sem sair de casa por três meses, a não ser para trabalhar, até que 
comecei pouco a pouco a vencer umas batalhas importantes. Foram uns desejos 
compulsivos para fumar que ocorreram várias vezes. E por muito pouco eu teria 
perdido, mas consegui me manter longe da droga. E assim o tempo passou e venci a 
guerra contra o cigarro. A maior luta de minha vida!
Faz 30 anos que eu 
parei de fumar. Fiz uns cálculos do que gastei em dinheiro com o cigarro e com o 
que economizei neste período, sem contar os benefícios para a saúde, que são os 
mais importantes. 
Os cálculos com 
dinheiro jogado fora com o cigarro 
As contas são estas: 
14 anos, multiplicados por 365 dias, são: 5.110 dias. Como eu fumava duas 
carteiras por dia teria comprado 10.220 carteiras de cigarro, gastando 
aproximadamente R$ 
61.320,00 (reais), admitindo um preço médio de R$ 6,00 reais por 
carteira. E consumi mais ou menos 204.400 cigarros! Como sobrevivi? Só Deus 
sabe.
Quanto economizei em 
dinheiro depois que larguei a droga pesada do 
cigarro
Em 30 anos (período 
que estou sem fumar) deixei de comprar: 30 anos x 365 dias: 10.950 dias. 
Multiplicados por 2 carteiras por dia (em média): R$ 131.400,00 reais! 
As drogas lícitas e 
as ilícitas
Hoje em dia existem 
muitas drogas circulando na sociedade. Umas lícitas e outras ilícitas. De forma 
hipócrita a sociedade ainda recebe a aceita o cigarro, mas os órgãos da área de 
saúde começaram, ainda que de forma tímida, a avisar sobre os prejuízos e 
malefícios que o vício do cigarro pode ocasionar. Outra droga lícita é o álcool, 
que já vitimou milhões de pessoas, quer as atacando fisicamente e danificando 
seus órgãos, como através de mortes no trânsito (dirigir alcoolizado), 
assassinatos sobre o efeito do álcool e por aí temos exemplos aos milhares. 
Em que minha vida 
melhorou
Graças a meu esforço 
consegui sair dessa e melhorar MUITO minha qualidade de vida e a de meus 
familiares e pessoas a meu redor. Melhorei meu condicionamento físico e mental 
(isso, mental também, porque o cigarro destrói área do cérebro e determinados 
registros de nossa memória, fato comprovado cientificamente).  
Lembro que um filho 
meu me disse, na inocência de seus 5 ou 6 anos: “papai, que bom que agora não 
tem mais aquele mau cheiro aqui em casa”... Isto me tocou muito tendo em vista 
que ele, pelo respeito que sempre teve comigo, nunca tinha comentado nada e 
naquele momento deixou escapar o que percebia. Falou por um anjo e me deu mais 
forças ainda. 
Ao final digo que 
escrevi este texto e não consigo mesmo acreditar que eu possa ter caído em uma 
armadilha tão traiçoeira! Como fui vítima de uma arapuca que poderia ter 
destruído minha vida muito cedo. Devo ter ficado com alguns resquícios, 
certamente, e será o preço que terei que pagar pelo meu envolvimento com o 
cigarro. 
Nada é de graça nesta 
vida!  
 
Um comentário:
Muito bom. Excelente relato. Parabéns, Beiró
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