quinta-feira, 13 de março de 2014

As lembranças nos fazem curtir tudo de novo!


De repente um silêncio e uma paz interior, com as delícias de um clima muito agradável em plena serra. Decido ouvir umas músicas e procuro um pendrive no qual tinha gravado algumas músicas, no estilo “relíquias” para mim. Tudo coisa muito boa, de qualidade. E passei por várias delas, incluindo Ednardo (Beira-Mar, Artigo 26, Carneiro, Ingazeiras e muitas outras), também algumas do Belchior, do excelente grupo Roupa Nova, do 14 Bis e também vários solos do meu ídolo Carlos Santana, que muito me inspirou durante o meu aprendizado na guitarra nos áureos tempos da Jovem Guarda e dos Anos 60, quando estava com meus amigos no Conjunto Musical Big Brasa.

Agora mesmo Samba Pa Ti, Oye Come Va e outras mais... O som é inconfundível e parece que ninguém mais faz o mesmo. E os solos no teclado, do tipo Mrs. Robinson? Parecem verdadeiros hinos. Os Beatles nem é bom falar. A little bit me, com a introdução esperta de uma guitarra, o vocal característico, os floreios do teclado e a segunda voz... E Toada, com uma melodia, harmonia e letras incríveis! Gravei muitas músicas de nosso repertório, muito variado. Em especial músicas que tocávamos muito nos bailes e shows. 

Muito bom para o espírito, para a mente... Estes momentos são incríveis. Aconselho a todos aqueles que têm uma vida intensa (ou não) a registrar tudo em alguma mídia. Escrever, gravar, filmar, fotografar. Instantes que poderão ser aproveitados inúmeras vezes. Acredito que relembrar é viver de novo. E assim podemos selecionar que pontos desejamos “repetir” em nossas lembranças ou transmitir e deixar os registros de momentos inesquecíveis para quem quiser. Às vezes me surpreendo escrevendo novamente alguma coisa que já registrei em meu livro “O Big Brasa e Minha Vida Musical”, que está disponível no Portal Messejana, de Fortaleza - Ceará.

Hoje em dia as coisas mudaram muito. As crianças em geral não estão lendo o que deveriam, falando de quantidade e principalmente na qualidade da leitura. Elas se voltam particularmente para os eletrônicos e perdem muito tempo na ilusão e no isolamento que nos levam alguns equipamentos. Diversão garantida a um custo que no meu entender pode sair caro. As dificuldades para algumas crianças têm para relatarem alguma coisa é muito grande. Por que isso? Ora, por falta de leitura, de conhecimento das palavras, das formações de frases e encadeamento de ideias.

Agora quando este tema é levantado somos, via-de-regra, muito criticados. Quase todos dizem: é assim mesmo, “todo mundo” está nessa... E ficamos como ultrapassados. Mas prefiro ser considerado “ultrapassado” e ter lido Monteiro Lobato, Contos de Andersen, de Grimm, Tesouro da Juventude e inúmeros outros títulos, quando era criança, do que ter um vazio mental enorme como se vê hoje em dia. Agradeço muito a minha mãe pela iniciativa de me presentear com livros, os quais me trouxeram algum conhecimento e certa facilidade para escrever. O ideal seria consolidar tudo em uma forma que permitisse o uso dos meios eletrônicos, mas sem que isso prejudicasse uma formação um pouco mais caprichada em termos de conhecimentos gerais.

Vale dizer que agora ouço novamente a música Beira-Mar, do amigo e grande compositor Ednardo. Fiz inúmeras vezes a introdução na guitarra além de vários floreios com o wah-wah (um pedal de efeitos) e com o uso da distorção para se assemelhar a um violino suave...

Concluindo, acho que as lembranças são um alimento especial para o espírito e um tipo de retroalimentação para a mente. Dizem que quem gosta de passado é museu. Discordo plena e totalmente. As experiências boas devem ser relembradas e, por vezes as ruins, para que possamos examinar bem nossas planilhas da vida e separar um bom material para construirmos nosso futuro, quem sabe em uma morada melhor do que essa!

Pense nisso e mantenha seus registros, desfragmente sua memória e junte os momentos mais importantes, fazendo um compacto de seus melhores momentos. Vale a pena demais, posso garantir!


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