Ao observar rapidamente um dia desses a nossa sala de jantar, com
uma mesa de madeira para seis lugares, comecei em um relance a imaginar as
posições que as pessoas de nossa família ocuparam nela antigamente e as que
ocupam os mesmo lugares hoje em dia. Foi tão interessante aquela ideia, nascida
de um fragmento de memória, que voltei meu pensamento para a grande mesa que
tínhamos outrora em nossa casa, para doze lugares, posteriormente as duas mesas
de seis lugares nos sítios que tivemos em Ubajara, a de oito lugares em nossa
casa de praia e viajei no tempo mesmo. Foram muitas mesas que recordei e que me
trouxeram lembranças felizes, pelas circunstâncias e pessoas que as ocuparam!
Doces lembranças de todas as pessoas que as ocuparam, inclusive com
várias histórias engraçadas e marcas eternas que ficaram retidas em minha
mente, de modo especial de nossos antepassados. Impressionante como as mesas,
em seus diferentes locais e situações, servem de um marco importante para
nossas vidas.
Em Fortaleza lembrei-me de nossa primeira casa, no Bairro de
Fátima, onde nos hospedamos na chegada. Possuímos uma mesinha bastante simples.
Posteriormente a mesa da casa no Bairro 13 de Maio, na Rua Mário Mamede.
Outra mesa ocupada por mim, Aliete e os nossos filhos, Alberto Neto
e Cristiane foi uma mesa redonda, para quatro lugares somente, que ainda hoje
nos pertence e ainda muito bem conservada. Esta servia para nossas refeições e
principalmente para nossas pequenas reuniões, realizadas a maior parte depois
do horário do jantar, onde eu procurava mostrar para nossos filhos a
importância do estudo, da organização, do planejamento para a vida. Tenho
certeza de que ficaram boas marcas de fortalecimento do caráter para cada um
deles. Em vista do que são hoje, cada um com seus filhos, os bons resultados e
exemplos demonstrados foram perfeitamente assimilados, sem nenhum esforço ou
cobrança.
As memórias me levaram também até as cabeceiras de mesa que o papai,
Alberto Ribeiro, ocupou por anos, com a grande família de outrora em volta,
conversando animadamente e a participação incrível e sempre alegre de papai e
da minha mãe Zisile. Tudo isso veio como uma forte marca de lembranças, avivada
por sua vez por fotografias, filmes, que mantemos até hoje, os quais são de
valor inestimável.
Na casa da praia, a grande mesa, com a meninada jogando “Stop” com
grande animação (filho, filha e sobrinhos em volta) e várias outras
brincadeiras animadas como jogos de perguntas, com fichinhas. Que tempo bom. Esta
mesa de praia serviu, lembro perfeitamente, para o dia em meu primo e cunhado
Carló (in memoriam), a meu pedido e com toda a sua boa vontade e gosto que
tinha pela Cristiane, fizesse com ela toda uma revisão de seus estudos
(principalmente Matemática e Física), em uma época anterior a seu vestibular, e
ao final de mais de duas horas, chegasse para mim e dissesse: “João Ribeiro,
não tenho mais nada para fazer. Ela está preparada e sabe tudo”. O que
realmente se concretizou no vestibular da Cristiane, com nota 10 em ambas as
matérias, “fechando a prova”, como se dizia.
Paralelamente o mesmo se repetia em nosso sítio na Serra de
Ibiapaba, em Ubajara. A mesa servia até como palco e suporte para mágicas que
eu fazia para a criançada se divertir. A Aliete preparando as sobremesas,
descascando mangas, as refeições em família com muita felicidade. Em algumas
noites, com mais convidados em casa, jogávamos em grupo perguntas e respostas,
com as fichinhas. O papai sempre mudava a regra, no sentido de facilitar a
sequência para todos, de modo que cada pessoa perguntava um cartão inteiro para
o outro, e assim sucessivamente. Os quitutes e lanches quentes eram servidos
carinhosamente, feitos pela mamãe Zisile e pela Aliete. E este tempo
maravilhoso também se esgotou.
Por último a nossa mesa da sala de jantar, de seis lugares
(fotografia, como simples ilustração), na qual ficaram marcados os locais onde
comumente ficavam a Tia Terezinha e a mamãe Zisile (in memoriam) e que hoje são
ocupadas diariamente, para nossa felicidade, por nossa filha Cristiane e nossas
netinhas queridas, Isabela e Bárbara, ao lado da Aliete.
Ao escrever este texto constatei que temos como referência vários
pontos de memória que jamais serão perdidos. É só procurar que eles estão
guardados. E assim tive a oportunidade de lembrar cada vez mais uma infinidade
de detalhes que foram muito importantes em minha vida os quais compartilho com
você, no sentido de que pense e responda: “que significado as mesas tiveram em
sua vida?”
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