
Em minha família passamos vários anos sem que se ocorressem passagens para o outro lado de parentes, de familiares. Mas o TEMPO é frio, nada calcula, apenas avança cada vez mais, e inexoravelmente. Há anos comecei a notar e a dar a devida importância às nossas existências, assim como para as partidas de familiares, amigos, que nos deixaram. Diferentes idades, motivos diversos, explicações múltiplas, mas de nada adianta. A única coisa a fazer é aprender e ter a real consciência de que iremos partir um dia. Todos nós! Eu, você, e todos que nos cercam. E todos os dias nós assistimos ao desembarque do Trem da Vida de amigos, amigas, personalidades que conhecemos: artistas ou simplesmente de pessoas de nosso cotidiano.
Ao visitar um museu Egípcio recentemente, em uma viagem à Europa, passei a observar as múmias, seus objetos, suas crenças, procurando imaginar, ou melhor, vislumbrando exatamente o que aquelas pessoas foram. Tiveram o seu mundo, praticaram seus hábitos, viveram, sonharam e executaram as tarefas mais simples que todos fazemos até hoje. E há milhares de anos se foram... Para onde? Mistério. Adotavam crenças de que levando pertences ao seu redor isso poderia lhes ser útil.
Como encarar a passagem? Admiro demais as pessoas que encaram a morte de forma natural. Perdi meus avós, todos os meus tios, meus pais e inúmeros parentes e amigos. A saudade de cada um fica para sempre, as lembranças também. A presença de meus pais, por exemplo, é uma constante em minha vida. A dor da partida deles foi enorme, mas a partir dessa perda grande comecei a sentir todas as partidas, mas sem aquele lamento mórbido. Apenas meditando, ponderando, e tentando aprender mais um pouco aqui nesta terra para ver se consigo melhorar um pouco mais o meu espírito, porque tenho convicção que este viverá para sempre. Não me perguntem como, detalhes. Se eu pudesse ser atendido em minhas pretensões, pediria que a minha passagem fosse rápida, apenas isso. Mas sei que nada sou para merecer de Deus este pedido. Tudo ocorrerá como o Plano Geral previu.
Por último quero lembrar meu pai, Alberto Ribeiro da Silva, que nos deixou fisicamente em 2001, quando falando sobre as coisas da vida dizia não ter medo da morte, mas sim que teria muita saudade de tudo daqui. Na época que ouvia isso da parte dele não interpretava corretamente e ficava meio confuso. Mas agora, com mais idade e talvez com mais alguma sabedoria, chegou a mesma e óbvia conclusão de que também sentirei saudade desta curta temporada, na qual fiz de tudo um pouco e tive boa vontade ao tentar fazer de minha planilha espiritual a mais positiva possível, logicamente dentro de minhas imperfeições.
Assim, não sei quando, mas quando me for sentirei saudades de todos vocês!
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