No início do Governo Collor de Mello houve uma
atitude do ex-presidente que prejudicou demais no país, em nosso entendimento. Ele
adotou uma medida que modificou uma estrutura de inteligência que estava se
aperfeiçoando dia a dia e cujos efeitos eram extremamente benéficos para os
governos. Ocorre é que em razão dessas atividades serem reservadas e da população
brasileira não ser nem um pouco esclarecida sobre o assunto, tudo passou
despercebido. O povo só reclamou mesmo do bloqueio das Cadernetas de Poupança.
A Atividade de Inteligência era exercida pelo
Sistema Nacional de Informações (SISNI), que tinha como órgão central o Serviço
Nacional de Informações – o SNI. Por outro lado havia as Divisões de Segurança
e Informações, nos ministérios, e as Assessorias de Segurança e Informações
(ASI), ainda em órgãos especiais as AESI (Assessorias Especiais de Segurança e
Informações).
Todo o Sistema agia de forma integrada com os
diversos serviços reservados do país, em benefício da segurança e dos controles
diversos. E acima de tudo a Presidência da República podia obter conhecimentos
de todas as áreas, de todos os seus Ministérios, proporcionando uma fonte rica
de dados concretos que lhe davam maior segurança em suas decisões.
Com a mudança (perda das DSI e das ASI), na
ocasião em que Collor de Mello acabou a estrutura ministerial de Inteligência,
houve em meu entendimento uma perda lastimável para a confiabilidade e
acompanhamento dos serviços nos Ministérios Civis. E ampla facilidade para a prática
de condutas inapropriadas por pessoas de má fé.
A quem interessaria tais mudanças? Não se pode
afirmar com certeza. Uma dedução lógica seria a de que, sem as estruturas de
inteligência tudo poderia ocorrer sem mais controles. As facilidades para a
ocorrência de irregularidades e os riscos de desvios e mesmo de um
acompanhamento falho das atividades ministerial e das diversas
superintendências ministeriais espalhadas por todo o país aumentaram
indubitavelmente.
Vale observar e enxergar o quadro atual, onde
os governantes dizem não saber de nada ou só tomam conhecimento de
irregularidades após denúncias através da imprensa. São pegos de surpresa
porque não possuem os conhecimentos necessários a respeito de cada pasta.
Exemplo disso a nota divulgada na imprensa no dia 3 de setembro de 2013 “PF prende suspeitos por desvio de dinheiro do
Ministério do Trabalho”. Verba era dada a ONG para a criação de centros de emprego em SP e RJ. “Polícia
apurou irregularidades nos repasses de R$ 47,5 milhões”.
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