sábado, 18 de janeiro de 2014

A vida no “Infernus”

"Os fatos abaixo são fictícios. Qualquer semelhança com locais, países, cidades, pessoas ou instituições NÃO SÃO mera coincidência."

Esta história é sobre um determinado país, que possuía uma região com um povo muito habituado a festanças desregradas, a usar som de forma abusada, interferindo seus vizinhos e não observado uma legislação que por lá havia, chamada “Lei do Silêncio”. As orgias e os gastos com o dinheiro arrecadado do povo através da cobrança de impostos eram práticas constantes!

Por pura ostentação, alguns de seus habitantes tinham que manter seu ego em alta e para isso equipavam seus transportes com poderosos equipamentos de som. Assim o tempo foi passando e aquele hábito se propagando, pouco a pouco.

Naquela região chamada de “Infernus na Terra” a situação foi se agravando cada vez mais. No local significava status um indivíduo possuir um carro de som que extrapolasse os limites da tolerância e do bom-senso. E não se ouvia mais música por ouvir. Ouviam-se os canhões de som, ora instalados em seus próprios transportes ora rebocados em carruagens, de forma a exibir a potência sonora, como forma de mostrar poder, independente de quem se perturbasse ou ficasse incomodado. Não havia mais controle. E o tempo foi passando até que as consequências se tornaram uma verdadeira “tradição” de desrespeito ao próximo.

A prepotência e o mau exemplo da Corte

Os reis e rainhas existentes no período davam o mau exemplo de cima. Ou seja, os governantes e seus asseclas praticavam toda sorte de atos ilícitos e a impunidade grassava. Os Reis e Rainhas que se alternavam no poder no Infernus cobravam muitos impostos de todos os cidadãos. Gastavam sem controle e o abuso ia aumentando dia a dia. Assim no Infernus era comum os amigos dos reis gastarem fortunas com o que arrecadavam dos cidadãos. Dificilmente os abusos recebiam penalidades.

No Infernus aqueles amigos e funcionários da corte, por serem as graças do Rei, usavam e abusavam das condições e das regalias proporcionadas pela Corte. Pegavam os cavalos mais velozes e os utilizavam gratuitamente para passear com suas famílias, para assistir espetáculos nas arenas e também para cuidar de suas vaidades aproveitando os conhecimentos de alquimistas de reinos vizinhos. Tudo às custas do seu reinado no Infernus e sob a complacência dos reis e rainhas.   

Essa situação dava força para aqueles que se dispunham a ficar fora das leis, porque detinham mais ou menos poder. E o caos foi se instalando.

Nessas terras do Infernus o povo sempre foi pobre, de uma forma geral. Poucos detinham poder e dinheiro. A Educação mesmo, sendo fornecida para alguns, não surtia o efeito desejado para todos. Os mais abastados se achavam no direito de estar acima da Lei. Portanto era muito comum as pessoas que deveriam ter mais consciência, pela educação recebida, desrespeitarem o seu próximo e a ordem constituída, pela sua má índole mesmo e pelo exemplo das autoridades do reino inteiro.

Os códigos de leis no Infernus 

Para controlar o continente havia um determinado código de leis. Às vezes eram cumpridas, mas havia distinções entre as categorias dos cidadãos. Não funcionava para todos. Quem tinha mais poder ficava de fora e podia “pintar e bordar” à vontade. 

Mas nas terras do reino, com sua imensidão, os crimes foram avançando, as forças ilegais, o uso de substâncias nocivas à própria saúde dos cidadãos foi sendo disseminado até ficar praticamente sem controle em alguns territórios.

Para se defender da criminalidade e em razão da falta de segurança no Infernus por falta de um controle proporcionado pelos Reis, os habitantes do Infernus procuravam sua sobrevivência e defesa de suas propriedades, de sua vida, por seus próprios meios. Compravam assim alguns objetos e os usavam como armas de defesa. Alguns desses habitantes exageravam nessa defesa e praticavam mais crimes. Por não ter como manter uma segurança eficiente os Reis decidiram tomar uma medida drástica: impediram os habitantes do Infernus de utilizarem tais armas. Resultado: mais um complicador, ou seja, somente utilizavam as tais armas quem estava fora da lei e as poucas forças de defesa do Infernus. Assim os cidadãos do Infernus ficaram indefesos, sem o direito de defesa mesmo em suas moradias e sem uma proteção das forças de segurança formadas pelos Reis. 

Para fiscalizar e combater a violência existente em alguns locais e fazer cumprir as normas e as leis existia uma força especial. Esta força de defesa, de tanto se deparar com as ilegalidades, por estarem sempre em uma camada inferior da sociedade ali existente, ser mal equipadas e mal formadas, tornou-se praticamente ineficaz.

E, como o descontrole gera descontrole, essas forças de segurança tiveram alguns de seus membros voltados também para a corrupção e para a criminalidade (já existiam essas mazelas no tal “Infernus”).

A criação das Patrulhas do Cidadão

Em vista desse descontrole no Infernus e das próprias forças que deveriam atuar em favor dos cidadãos do país, foi criada em uma pequena província do “Infernus” um grupo denominado Patrulha do Cidadão. 

Acontece que como tal força foi criada por um dos Reis que não entendia bem do assunto, formou-se um grupo de soldados, todos cavaleiros da Corte, muito bem intencionado, mas sem o preparo adequado e sem o principal: respaldo dos próprios reis do país. Os salários que recebiam não eram condizentes com suas atribuições. Ganhavam pouco. E receberam alguns equipamentos, como novas carruagens para seu serviço.

Em vista de não terem sido adequadamente treinados, muitos se envolveram em acidentes com as novas carruagens, destruindo boa parte delas. E tantas foram as ações desastrosas que os Reis decidiram chamar os chefes generais das patrulhas e determinar que eles não corressem mais e poupassem os cavalos. Isso para evitar os inúmeros acidentes. Ora, desse modo não podiam combater os delinquentes e fazer o seu trabalho. Uma situação delicada.

Alguns legisladores mais antigos decidiram estabelecer alguns critérios para uma parcela da população do Infernus. De tal sorte que criaram um código de leis para os mais jovens, que podiam fazer tudo e não eram penalizados. Para cada classe social havia um código. Quem tinha mais poder e era amigo dos Reis tinham um espaço e direitos diferenciados. Com essa situação as Patrulhas do Cidadão passaram a ter uma dificuldade maior em suas nobres tarefas. Quando se movimentavam para coibir abusos por parte de determinadas camadas, como a dos mais jovens, até certa idade, não podiam neles tocar. E se o fizessem eram rebaixados, sofriam prejuízos e poderiam até perder sua posição nas Patrulhas ou mesmo delas serem expulsos. 

Os códigos de leis do Infernus atrapalhavam as forças de defesa

Com os códigos jurídicos existentes no Infernus, que protegiam muito os infratores, beneficiavam aqueles que detinham maior poder e que eram amigos dos Reis, o serviço das Patrulhas foi visivelmente prejudicado. Muitas das vezes que esses defensores das leis do Infernus iam agir, não o faziam com receio das medidas que poderiam ser adotadas por seus chefes, estes por sua vez nomeados e pagos pelos Reis. E como pertenciam também a uma classe que precisava de tais empregos os membros das patrulhas foram tolhidos em sua missão.

Aqueles cidadãos mais jovens possuíam um código especial, emanado dos mestres jurídicos e aprovado pelos governantes do Infernus. Tal código não os penalizava por nada de mal que fizessem a seus semelhantes. E também ficavam incólumes frente às Patrulhas do Cidadão

Uma revolta popular e motins pelo reino

Mas com os escribas disseminando cada vez mais os desmandos dos reis, rainhas e de toda a corte do Infernus o povo começou a se revoltar. Surgiram manifestações contra o reinado nas principais vilas do reino. O povo não aguentava mais ser explorado e pagar altos impostos e não receber a contrapartida por isso. Malfeitores se misturavam às grandes multidões e aproveitavam para saquear, para quebrar monumentos do Infernus, tentar destruir palácios etc.

Os governantes ficaram atônitos e não sabiam o que fazer. Uns profetas diziam que o povo logo iria esquecer e que tudo continuar na mesma. Seriam os profetas do Apocalipse, se adiantando?

Espetáculos nas Arenas 

A situação estava tão grave a ponto de que os governantes do Infernus promoverem competições nas Arenas, com disputas ferrenhas, no intuito de divertir o povo com tais eventos e esconder o que se passava nos porões sujos da Corte. Para as competições eram chamados reinos vizinhos, no intuito de promover a distração do povo e também de alegrar aos membros de corte.   

E assim continuou a vida no Infernus. Os cidadãos esperando dos Reis bons exemplos, menor arrecadação de impostos e melhor distribuição das riquezas ali existentes.

A espera de um verdadeiro milagre no Infernus

Esperaram muito e alguns já preconizavam o uso de uma nova e poderosa arma que poderia ser utilizada por eles e que, se bem empregada, poderiam corrigir a situação.

Com o tempo certamente iriam aprender a usar essa possante arma que tornaria melhores todas as condições de vida dos habitantes do Infernus: o Voto!

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