E passei por várias delas, incluindo Ednardo
(Beira-Mar, Artigo 26, Carneiro, Ingazeiras e muitas outras), também algumas do
Belchior, do excelente grupo Roupa Nova, do 14 Bis e também vários solos do meu
ídolo Carlos Santana, que muito me inspirou durante o meu aprendizado na
guitarra nos áureos tempos da Jovem Guarda e dos Anos 60, quando estava com
meus amigos no Conjunto Musical Big Brasa.
Agora mesmo Samba Pa Ti, Oye Come Va e outras
mais... O som é inconfundível e parece que ninguém mais faz o mesmo. E os solos no teclado, do tipo Mrs. Robinson?
Parecem verdadeiros hinos. Os Beatles nem é bom falar. A little bit me, com a
introdução esperta de uma guitarra, o vocal característico, os floreios do teclado
e a segunda voz... E Toada, com uma
melodia, harmonia e letras incríveis! Gravei muitas músicas de nosso
repertório, muito variado. Em especial músicas que tocávamos muito nos bailes e
shows.
Muito bom para o espírito, para a mente... Estes momentos são incríveis. Aconselho a todos aqueles que têm uma vida intensa (ou não) a registrar tudo em alguma mídia. Escrever, gravar, filmar, fotografar. Instantes que poderão ser aproveitados inúmeras vezes. Acredito que relembrar é viver de novo. E assim podemos selecionar que pontos desejamos “repetir” em nossas lembranças ou transmitir e deixar os registros de momentos inesquecíveis para quem quiser. Às vezes me surpreendo escrevendo novamente alguma coisa que já registrei em meu livro “O Big Brasa e Minha Vida Musical”, que está disponível no Portal Messejana, de Fortaleza - Ceará.
Hoje em dia as coisas mudaram muito. As
crianças em geral não estão lendo o que deveriam, falando de quantidade e
principalmente na qualidade da leitura. Elas se voltam particularmente para os
eletrônicos e perdem muito tempo na ilusão e no isolamento que nos levam alguns
equipamentos. Diversão garantida a um custo que no meu entender pode sair caro.
As dificuldades para algumas crianças têm para relatarem alguma coisa é muito
grande. Por que isso? Ora, por falta de leitura, de conhecimento das palavras,
das formações de frases e encadeamento de idéias.
Agora quando este tema é levantado somos,
via-de-regra, muito criticados. Quase todos dizem: é assim mesmo, “todo mundo”
está nessa... E ficamos como ultrapassados. Mas prefiro ser considerado
“ultrapassado” e ter lido Monteiro Lobato, Contos de Andersen, de Grimm,
Tesouro da Juventude e inúmeros outros títulos, quando era criança, do que ter
um vazio mental enorme como se vê hoje em dia. Agradeço muito
a minha mãe pela iniciativa de me presentear com livros, os quais me trouxeram
algum conhecimento e certa facilidade para escrever.
O ideal seria consolidar tudo em uma forma que
permitisse o uso dos meios eletrônicos, mas sem que isso prejudicasse uma
formação um pouco mais caprichada em termos de conhecimentos gerais.
Vale dizer que agora ouço novamente a música
Beira-Mar, do amigo e grande compositor Ednardo. Fiz inúmeras vezes a
introdução na guitarra além de vários floreios com o wah-wah (um pedal de
efeitos) e com o uso da distorção para se assemelhar a um violino suave...
Concluindo, acho que as lembranças são um
alimento especial para o espírito e um tipo de retroalimentação para a mente.
Dizem que quem gosta de passado é museu. Discordo plena e totalmente. As
experiências boas devem ser relembradas e, por vezes as ruins, para que
possamos examinar bem nossas planilhas da vida e separar um bom material para
construirmos nosso futuro, quem sabe em uma morada melhor do que essa!
Pense nisso e mantenha seus registros,
desfragmente sua memória e junte os momentos mais importantes, fazendo um
compacto de seus melhores momentos. Vale a pena demais, posso garantir!
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