Ela não está mais fisicamente neste plano. A Mamãe, “Dona Zisile”
nos deixou em 14 de junho de 2012, portanto há sete anos. Mas estará sempre em
nossos corações. Simplesmente Zisile, como era chamada na família. Futuramente
Dona Zisile por aqueles que a conheciam. Seu nome era Francisca Amasile Pereira
da Silva e nasceu no dia 20 de junho de 1925, na cidade de Riachão, Maranhão.
Casou-se com meu pai, Alberto Ribeiro, aos 19 anos, com quem foi logo no
primeiro ano de casada enfrentar uma dura batalha pela vida dele, em um
tratamento contra a tuberculose em São José dos Campos, São Paulo. Minha Mãe
ajudou neste período mais dois familiares, o Tio Raimundo Ribeiro e o primo
Raimundo Silva, todos em nossa casa, onde nasci e tenho gratas recordações.
Viveram 56 anos de uma união exemplar, para todos nós.
No Dia das Mães tenho que homenageá-la de todas as formas. Mas o
principal não são as homenagens, estas palavras, e sim o agradecimento pela
dedicação dela, Zisile a toda nossa família, como se conduziu como Mãe, nas
diversas oportunidades de nossa vida. Para mim foi tudo, desde criança.
Ainda em São José dos Campos ela me educou nos primeiros anos de
vida, em praticamente todos os aspectos. Fundamental a preocupação que tinha
pela leitura, principalmente pelo fato de que ela estudou com dificuldades e
conseguiu aprender muito, inclusive o idioma inglês, conforme falarei adiante.
Além do incentivo para minha rápida alfabetização, os presentes valiosos, como
duas coleções de Monteiro Lobato, Contos de Andersen, de Grimm, a enciclopédia
Tesouro da Juventude e incontáveis obras que firmaram o meu início e também,
acho que determinaram o meu gosto pela leitura e pela escrita.
A minha Mãe, Zisile, foi responsável pelo meu êxito inclusive
profissionalmente, por eu ter desenvolvido um gosto enorme pela leitura e ter
lido muito mesmo, diferentemente do que ocorre hoje em dia com muitas crianças.
Cresci com o hábito da leitura, que me possibilitou um conhecimento geral que
sempre foi muito útil em toda a minha vida.
Ela fazia tudo em nossa casa! Fazia com ela com muito gosto várias
tarefas, como limpeza dos móveis, do assoalho, com cera e inicialmente com
escovão, aprendia o tipo dos materiais que deveria usar para cada objeto. A
minha organização pessoal teve início com os simples brinquedos que ela me
presenteava, lenços, roupas, os quais eram separados em caixas, dentro das
gavetas, costume que mantenho até hoje.
A Mamãe ensinava inglês para particulares, vendia cosméticos em São
José, tomava conta da casa, sem nenhuma auxiliar, mesmo porque não podíamos
manter esta condição. Fazia as compras para nós em uma bicicleta! E apesar das
multitarefas sempre estava feliz.
Quando demonstrei o meu interesse pela música, me presenteou com
uma sanfona Scandalli, de oito baixos, inicialmente. Tive as primeiras aulas
ainda com sete anos, com a professora Dona Ivone, que morava perto de nossa
casa, na Vila Ema, em São José dos Campos.
Futuramente, já em Fortaleza, a minha Mãe Zisile nos ajudou muito,
inclusive pelo apoio e incentivo musical ao projeto de nosso Conjunto Big
Brasa. E como “Mãe” da Família Big Brasa recebia todos em nossa casa com
satisfação; comprou em São Paulo a segunda bateria do Conjunto, de marca
Pinguim, copiava as letras em inglês para nossos repertórios e foi responsável
por grande parte do acervo que mantenho até hoje, pois colecionava e guardava
em álbuns tudo sobre o Conjunto Big Brasa, recortes de jornais sobre, fotografias,
cartas de fãs etc.
Considero muito pouco o espaço para enumerar e detalhar tudo aquilo
que a Mamãe representou para mim e para toda nossa família, com quem tratava a
todos com muita dedicação. Ela e o meu pai formaram uma parceria exemplar de
união, com uma vida plena e dedicada aos familiares, muitos exemplos bons e um
legado de educação e de ensinamentos da própria vida que procurei transmitir
para meus filhos.
Nos seus últimos meses conosco, antes de sua Grande Viagem, sempre
que encontrava comigo aqui em casa olhava carinhosamente, sorria para mim e
dizia: “Eu gosto tanto de ti”. E neste momento eu choro, de saudades, mas
também pela alegria de ter tido como minha mãe.
A Mamãe, “Dona Zisile” nos deixou em 14 de junho de 2012, portanto
há sete anos. Mas estará sempre em nossos corações.
A
Morte não é Nada
"A
morte não é nada. Eu só passei para o outro lado do caminho. Eu sou eu, vocês
são vocês. O que eu era para vocês, eu continuarei sendo. Dêem-me o nome que
vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram. Vocês continuam
vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do criador. Não
utilizem o tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir
juntos. Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim. Que meu nome seja
pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de
sombra ou tristeza. A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio
não foi cortado. Porque eu estarei fora de seus pensamentos, agora que estou
apenas fora de suas vistas? Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do
caminho. Você que aí ficou, siga em frente, a vida continua, linda e bela como
sempre foi".
Santo Agostinho.
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