terça-feira, 14 de maio de 2019

Minha saudosa e querida Mãe Zisile



Ela não está mais fisicamente neste plano. A Mamãe, “Dona Zisile” nos deixou em 14 de junho de 2012, portanto há sete anos. Mas estará sempre em nossos corações. Simplesmente Zisile, como era chamada na família. Futuramente Dona Zisile por aqueles que a conheciam. Seu nome era Francisca Amasile Pereira da Silva e nasceu no dia 20 de junho de 1925, na cidade de Riachão, Maranhão. Casou-se com meu pai, Alberto Ribeiro, aos 19 anos, com quem foi logo no primeiro ano de casada enfrentar uma dura batalha pela vida dele, em um tratamento contra a tuberculose em São José dos Campos, São Paulo. Minha Mãe ajudou neste período mais dois familiares, o Tio Raimundo Ribeiro e o primo Raimundo Silva, todos em nossa casa, onde nasci e tenho gratas recordações. Viveram 56 anos de uma união exemplar, para todos nós.

No Dia das Mães tenho que homenageá-la de todas as formas. Mas o principal não são as homenagens, estas palavras, e sim o agradecimento pela dedicação dela, Zisile a toda nossa família, como se conduziu como Mãe, nas diversas oportunidades de nossa vida. Para mim foi tudo, desde criança.

Ainda em São José dos Campos ela me educou nos primeiros anos de vida, em praticamente todos os aspectos. Fundamental a preocupação que tinha pela leitura, principalmente pelo fato de que ela estudou com dificuldades e conseguiu aprender muito, inclusive o idioma inglês, conforme falarei adiante. Além do incentivo para minha rápida alfabetização, os presentes valiosos, como duas coleções de Monteiro Lobato, Contos de Andersen, de Grimm, a enciclopédia Tesouro da Juventude e incontáveis obras que firmaram o meu início e também, acho que determinaram o meu gosto pela leitura e pela escrita.  

A minha Mãe, Zisile, foi responsável pelo meu êxito inclusive profissionalmente, por eu ter desenvolvido um gosto enorme pela leitura e ter lido muito mesmo, diferentemente do que ocorre hoje em dia com muitas crianças. Cresci com o hábito da leitura, que me possibilitou um conhecimento geral que sempre foi muito útil em toda a minha vida.

Ela fazia tudo em nossa casa! Fazia com ela com muito gosto várias tarefas, como limpeza dos móveis, do assoalho, com cera e inicialmente com escovão, aprendia o tipo dos materiais que deveria usar para cada objeto. A minha organização pessoal teve início com os simples brinquedos que ela me presenteava, lenços, roupas, os quais eram separados em caixas, dentro das gavetas, costume que mantenho até hoje.

A Mamãe ensinava inglês para particulares, vendia cosméticos em São José, tomava conta da casa, sem nenhuma auxiliar, mesmo porque não podíamos manter esta condição. Fazia as compras para nós em uma bicicleta! E apesar das multitarefas sempre estava feliz.

Quando demonstrei o meu interesse pela música, me presenteou com uma sanfona Scandalli, de oito baixos, inicialmente. Tive as primeiras aulas ainda com sete anos, com a professora Dona Ivone, que morava perto de nossa casa, na Vila Ema, em São José dos Campos.

Futuramente, já em Fortaleza, a minha Mãe Zisile nos ajudou muito, inclusive pelo apoio e incentivo musical ao projeto de nosso Conjunto Big Brasa. E como “Mãe” da Família Big Brasa recebia todos em nossa casa com satisfação; comprou em São Paulo a segunda bateria do Conjunto, de marca Pinguim, copiava as letras em inglês para nossos repertórios e foi responsável por grande parte do acervo que mantenho até hoje, pois colecionava e guardava em álbuns tudo sobre o Conjunto Big Brasa, recortes de jornais sobre, fotografias, cartas de fãs etc.

Considero muito pouco o espaço para enumerar e detalhar tudo aquilo que a Mamãe representou para mim e para toda nossa família, com quem tratava a todos com muita dedicação. Ela e o meu pai formaram uma parceria exemplar de união, com uma vida plena e dedicada aos familiares, muitos exemplos bons e um legado de educação e de ensinamentos da própria vida que procurei transmitir para meus filhos.
Nos seus últimos meses conosco, antes de sua Grande Viagem, sempre que encontrava comigo aqui em casa olhava carinhosamente, sorria para mim e dizia: “Eu gosto tanto de ti”. E neste momento eu choro, de saudades, mas também pela alegria de ter tido como minha mãe.

A Mamãe, “Dona Zisile” nos deixou em 14 de junho de 2012, portanto há sete anos. Mas estará sempre em nossos corações.
  
A Morte não é Nada

"A morte não é nada. Eu só passei para o outro lado do caminho. Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era para vocês, eu continuarei sendo. Dêem-me o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram. Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do criador. Não utilizem o tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos. Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim. Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra ou tristeza. A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado. Porque eu estarei fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vistas? Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho. Você que aí ficou, siga em frente, a vida continua, linda e bela como sempre foi".

Santo Agostinho.

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