sábado, 2 de novembro de 2013

Bacanas, mas não tão Bacanas assim... Um lamentável episódio!

O fato ocorreu em 2011, durante o VI Encontro dos Filhos e Amigos de Messejana, no qual parte do grupo “As Bacanas”, de Messejana, vetou a participação de ex-integrantes do Conjunto Musical Big Brasa que seria realizada durante o intervalo do evento, através de uma simples votação realizada minutos antes da apresentação. Os componentes do Big Brasa, que passaram anos representando Messejana musicalmente para toda parte, em especial animando inúmeras festas, bailes e matinais no Balneário Clube De Messejana, tocariam umas três músicas o Luiz Antonio Alencar, "eterno Big Brasa", filho de Messejana e eu, João Ribeiro. A intenção era utilizar os músicos do grupo que animava a festa, que estava inclusive com um ex-participante do Big Brasa, Mairton, que hoje não mais está conosco e sim em um plano celestial muito especial, tenho certeza. Mas até mesmo o grupo nos advertiu que nossa participação "teria que ser autorizada pelas organizadoras da festa" e que não poderiam nos ajudar naquela "canja", conforme jargão utilizados pelos músicos nessas participações. 

Escrevi o artigo "Bacanas, pero non tanto, como se diz em espanhol..."

Os fatos tiveram repercussão na época e recebi inúmeras manifestações de apoio, tanto em caráter pessoal, mas com relação principalmente ao Conjunto Big Brasa. Os comentários publicados na internet foram ficando cada vez mais acirrados, a grande maioria contra o posicionamento do grupo que vetou a participação do Big Brasa através de uma votação. Mas, para por um ponto final na questão, decidi retirar todos os comentários do Portal Messejana, ficando somente as lembranças para quem vivenciou os fatos e mantido neste blog, que é pessoal e retrata o meu pensamento sobre a questão.  

Os comentários a seguir são se cunho pessoal e demonstram o posicionamento de um cidadão não messejanense de nascimento, mas que passou a morar em Messejana desde 1963, que se sente messejanense de fato e que integrou nos Anos 60 um Conjunto Musical Big Brasa, que bem representou Messejana e marcou época em Fortaleza, no Estado e em algumas cidades nordestinas. 

O saudoso Conjunto Big Brasa (do qual participei como guitarrista-solo) permanece ainda na memória de muitas pessoas, que têm um sentimento de lembrança dos bons tempos das tertúlias, das matinais e das boas festas animadas pelo Conjunto no Balneário Clube de Messejana.

O grupo As Bacanas, que é integrado por algumas senhoras da sociedade messejanense, encaminhou um convite (abaixo transcrito) para o Portal Messejana solicitando a divulgação do evento, no que foi prontamente atendido. A equipe do Portal Messejana compareceu ao encontro, mais uma vez, e realizou a cobertura fotográfica da festa, que foi realizada dia 17 de setembro. 

“As Bacanas convidam o Portal Messejana para o "VI Encontro dos Filhos e Amigos de Messejana" a ser realizado aos dezessete dias do mês de setembro do corrente, a partir das 22:00 h, no Recreio Clube de Campo. A festa contará com a animação de Teclinha e Banda, sorteio de brindes e muita alegria com o reencontro dos amigos que amam nossa Messejana querida. É uma festa beneficente e o ingresso custará R$ 20,00 (individual). Convidamos a comunidade de Messejana e contamos com a presença e o apoio do Portal Messejana para a divulgação do evento. Desde já agradecemos a parceria e a atenção” (texto publicado na Agenda do Portal Messejana).

Dentre as metas propostas para a realização do "VI Encontro dos Filhos e Amigos de Messejana" estavam o “reencontro dos amigos que amam nossa Messejana querida”, como realmente foi parcialmente alcançado. Faltou o respeito para dezenas de messejanenses, amigos e familiares, que ao reencontrar os ex-integrantes do Conjunto Big Brasa insistiram para que participassem, tocando um pouco durante o intervalo. E no decorrer da festa esses pedidos se intensificaram, particularmente dirigidos ao cantor do Big Brasa Luiz Antonio Alencar (Peninha), que também é um ótimo jornalista, com uma visão larga de sociedade e que até hoje é meu amigo.

PRESENÇA DE AMIGOS DE MESSEJANA E DE FÃS DO CONJUNTO BIG BRASA

Como não poderia deixar de ser (o que ainda as Bacanas não perceberam) é que o Conjunto Big Brasa foi durante a Jovem Guarda, nos chamados Anos 60, um marco em Messejana. E dentre seus integrantes figuraram messejanenses de famílias tradicionais, como Marcos Oriá, Luiz Antonio Alencar e cearenses como João Dummar Filho, além do guitarrista João Ribeiro (o Beiró, como era conhecido no meio musical).

OS PEDIDOS DE PARTICIPAÇÃO MUSICAL NO ANO ANTERIOR (2010)

Tal como aconteceu no ano passado (2010), quando integrantes do Big Brasa, atendendo a insistentes pedidos de seus amigos (de praticamente todas as famílias de Messejana de outrora) voluntariamente tocaram algumas músicas durante o intervalo. A repercussão no âmbito das Bacanas que nos chegou ao conhecimento, é que tal participação teria sido “inconveniente”, péssima, por assim dizer, porque as pessoas que ali se encontravam “não conheciam o Big Brasa”. Ora, nem tinham obrigação de conhecer mesmo, porque sequer moravam em Messejana na época e muitos ainda nem tinham nascido...  

FALTA DE INICIATIVA, DE CORTESIA E DE BOM-SENSO

Consideramos o fato, ocorrido em 2010, como lamentável. Algumas integrantes das Bacanas pessoalmente, falaram-me que o Luiz Antonio (carinhosamente chamado por nós como “Peninha”) “foi chato ao cantar por mais de meia hora”... E que o pessoal reclamou muito.

Ora, conforme registros nossos houve na oportunidade uma vibração geral daqueles amigos que conheceram, dançaram e curtiram muito o som do Big Brasa, dentre eles um incentivador do grupo César Benevides, que ainda hoje lembra quando nos encontra o prefixo “And I Love” (The Beatles) que o Conjunto Big Brasa utilizava ao iniciar as festas.

Em nosso entender naquela noite as “Bacanas”, mesmo que a maioria ou parte do grupo não gostasse do Conjunto, ou de seus integrantes ou por qualquer outro motivo por nós desconhecido, faltou CORTESIA no mínimo e INICIATIVA, pois as próprias Bacanas poderiam ter anunciado a tal participação musical, o que certamente não atrapalharia a festa de ninguém, pelo contrário, agradaria a todos que gostavam do Big Brasa e que também pagaram para participar da festa (diga-se de passagem).

O EPISÓDIO LAMENTÁVEL SE MANIFESTA NOVAMENTE EM 2011

Mais uma vez a história se repetiu. Eu, João Ribeiro, compareci à festa apenas para encontrar os velhos e bons amigos, da época de nossa juventude em Messejana e prestigiar o evento através do Instituto Portal Messejana, do qual sou diretor, coordenando a equipe de cobertura fotográfica durante a festa.

OS PEDIDOS DE PARTICIPAÇÃO MUSICAL DO BIG BRASA

Vale dizer que no início da festa encontrei com a minha estimada Diretora Célia Benevides (na época que estudava no José Barcelos), a qual me perguntou, de imediato, se “o Conjunto Big Brasa iria se apresentar também”... E eu respondi que não, porque nada estava programado...

Tendo em vista o andamento da festa, os encontros com amigos e o prazer de ter sido solicitado por inúmeras pessoas e famílias que eu nem mesmo conhecia (eram fãs do Conjunto Big Brasa, na época) para fotografar a seu lado, verifiquei que havia um interesse de um grande número de pessoas no sentido de que o Peninha (Luiz Antonio Alencar) cantasse umas músicas “do tempo do Big Brasa”. Estava decidido a NÃO MAIS TOCAR, pelos fatos anteriores. Uma pergunta que não quer calar: por que as Bacanas, de Messejana, se acham no direito de tolher a vontade de dezenas de participantes de sua festa, todos pagantes, que solicitaram a presença do Luiz Antonio para tocar um pouco? E onde ficou o respeito pela vontade daqueles que conheceram o Conjunto Big Brasa e gostariam de relembrar um pouco o grupo?

Dentre as inúmeras pessoas que encontrei e que relembraram o Big Brasa estavam Everardo e Jamson (Vasconcelos), César e Célia (Benevides) Inácio (Oriá), Aderson, Dionísio, Diony e filhos (Alencar), Luiza Pompeu, Eudásio e Célia, João Guilherme e assim muitos outros, inclusive pessoal que eu não conhecia e que eram fãs do Big Brasa na época.

Não por simples empolgação, mas por desejar atender (como sempre o fiz) de forma educada e respeitosa a todo o grande público que prestigiou o Big Brasa durante toda sua existência, mudei de ideia e resolvi participar, com o Luiz Antonio Alencar (cantor e guitarrista), o Oriá (baterista) e o também ex-integrante do Big Brasa Mairton Vitor (pistonista) que estava tocando com o Teclinha e Banda. Assim combinamos três músicas da época para serem apresentadas durante o intervalo. 

A DECISÃO EM ATENDER AS SOLICITAÇÕES

Pelo exposto decidi atender aos pedidos e combinei com o Luiz Antonio, Mairton, Oriá, duas músicas que iríamos apresentar como recordação do Big Brasa. Duas músicas apenas, para não sermos chamados de inconvenientes de novo, tal qual nos anos anteriores... Ao subir no palco para acertar com a Banda a surpresa: o Teclinha (tecladista) nos informou que As Bacanas tinham dado ordem para que “ninguém se apresentasse”. Imediatamente acatei o que ele disse e expliquei para a coordenadora das Bacanas, a “Dodô”, que concordou com uma “breve apresentação”. Entretanto, parte do grupo As Bacanas não aceitou o posicionamento, dizendo que teriam que “votar” sim ou não. 

O RESULTADO DA VOTAÇÃO – O “NÃO” PARA O BIG BRASA!

E o resultado da votação, considerada por mim ridícula, inoportuna e resultado de mentes no mínimo completamente ultrapassadas e sem nenhuma gratidão ou apreço ao Big Brasa, foi um inesperado NÃO, que acabou dessa forma, com a apresentação do Big Brasa e também tirou em parte o sentido do reencontro de amigos e filhos de Messejana. No íntimo, tendo em vista que participei de incontáveis shows, festas, apresentações musicais de grande importância, além de incontáveis programa na televisão local, senti que houve uma "inveja branca" por trás desse episódio todo. Porque é comum em qualquer festa um componente (músico) dar "uma canja", o que significa tocar um pouco durante a festa com a banda contratada. E o Big Brasa iria tocar apenas três músicas DURANTE O INTERVALO! Como isso iria "atrapalhar o andamento da festa" conforme alegaram algumas das Bacanas? 

Mas na época da existência do Big Brasa, as sucessivas diretorias do Balneário Clube de Messejana, que agregava a nós todos, não se cansava de pedir para tocarmos festas no Clube "para nossa promoção", dizendo que o Clube estaria prestigiando a "Prata da Casa"... Ora, todas as vezes que isso ocorria o chamado era tão somente para tocarmos de graça ou quase isso. E nessa ilusão de jovens o Clube nos contratou para um Carnaval inteiro e passou um ano para pagar o valor do contrato. Mas nós, do Big Brasa, de imediato efetuamos por nossa conta o pagamento total de cada músico!

Na realidade o fato dessa votação promovida pelas Bacanas demonstrou a falta de bom senso da parte que votou CONTRA a apresentação dos ex-integrantes do Conjunto Big Brasa. Para lembrar, ainda: deveriam ter dito que para o reencontro fosse mais perfeito poderia ter sido lembrada a presença até mesmo da ALA FEMININA do Big Brasa, de Messejana e outras figuras e personalidades que fizeram parte da história e de uma época inesquecível para Messejana.

A NEGOCIAÇÃO A FAVOR DO BIG BRASA, MAS SEM SUCESSO... 

Em vista disso, o amigo César Benevides, com toda classe e boa vontade, que tinha se prontificado a anunciar a apresentação “Relembrando o Conjunto Big Brasa”, tentou com classe, com educação e de forma diplomática, falar com as responsáveis pelas Bacanas, mas não obteve êxito. Retornou a nós demonstrando a sua total indignação com o ocorrido. E disse a mim: “não tem jeito. Elas não querem mesmo e não adianta fazer nada”... Desabafou. Outras pessoas que tomaram conhecimento na própria festa ficaram estupefatas. Esta é a verdadeira palavra que encontrei para descrever o que senti das pessoas ante o fato.

Por mais estranho que possa parecer isso aconteceu! Se meu pai, chamado “Mestre Alberto”, que acompanhou o Conjunto Big Brasa nos anos iniciais, era sócio-proprietário e foi por algum período diretor do Balneário Clube de Messejana, estivesse vivo, iria ter uma grande decepção. O Conjunto Big Brasa em sua existência animou inúmeras tertúlias, matinais e festas e até um carnaval inteiro no Balneário de Messejana, em um ambiente de cooperação, porque em algumas ocasiões chegou até mesmo a tocar de graça, para contribuir com a comunidade onde teve origem.

O presente texto foi escrito com a finalidade de justificar para inúmeros amigos, colegas e fãs do Big Brasa que presenciaram os fatos e não entenderam por que nós não fizemos uma apresentação. Serve também para os mais novos tomarem conhecimento e valorizarem mais o sentido de comunidade.

AO MEU AMIGO LUIZ ANTONIO ALENCAR

Luiz Antonio (Peninha, eterno – Big Brasa, como ele mesmo se denomina), você, além de ser um excelente jornalista, dá uma contribuição importantíssima para a sociedade cearense através de seu vasto conhecimento histórico, cultural, quer brasileiro, quer internacional. Seus artigos para a Seção Central do Rock, no Portal Messejana, recebem elogios de muitas pessoas e quero externar, mais uma vez, nossos agradecimentos pela sua participação no Conjunto Big Brasa e, nesta etapa nova, pelos bons artigos que escreve sobre a música, a história da música, e uma gama de temas. Sei que sua inteligência não permite descer a níveis tão – digamos – incompreensíveis. Nossa amizade e o “eterno Big Brasa” continuarão para sempre. E o Mestre Alberto, que como você diz – e eu aceito – não morreu. Ele sempre viverá em nossos corações e “está em Balsas” de onde nos auxilia espiritualmente.

AOS AMIGOS DE MESSEJANA

O presente texto foi escrito com a finalidade de justificar para inúmeros amigos, colegas e fãs do Big Brasa que entraram em contato conosco ainda na própria festa (dia 17) após o desagradável ocorrido, e aqueles que nos ligaram e nos enviaram e-mails hoje (18).

INICIATIVAS EM PROL DE MESSEJANA

Queremos deixar bem claro que nossa participação benéfica para Messejana continuará sempre, pois os valores que preservamos não são os mesmos desenvolvidos por mentes negativas. As iniciativas que tivemos durante nossa vida em Messejana, foram muito bem sucedidas e contribuíram muito para o enriquecimento dos valores éticos e dos conhecimentos, particularmente para a juventude local.

Em primeiro lugar com a criação do Conjunto Big Brasa, em 1967, que marcou uma época inesquecível em Fortaleza, cuja história está contada no livro de minha autoria (o único do gênero no Ceará) – “O Big Brasa e Minha Vida Musical”, publicado e colocado como registro de uma época no Portal Messejana

Posteriormente nossa participação inovadora foi através da Máxi Informática, a pioneira em Messejana, que permaneceu em funcionamento durante 12 anos e formou milhares de alunos, inclusive o nosso amigo Leonelzinho Alencar, hoje vereador de Fortaleza. E por último, a criação de um Portal, o Portal Messejana, que hoje está com 8 (oito) anos de funcionamento, reconhecido pelo governo federal como de utilidade pública e pela Prefeitura de Fortaleza da mesma forma. 

E o Portal Messejana mantém um conteúdo voltado para o BEM, em um sentido mais amplo, além de divulgar aspectos históricos, sociais, turísticos e culturais de Messejana, Fortaleza, Ceará, para o mundo, através da Internet. Hoje se tornou o Instituto Portal Messejana (ver apresentação) com credibilidade garantida na sociedade, nas Redes Sociais, pelo conteúdo que apresenta. E a Máxi Vídeo Produções (do Portal Messejana) que objetiva proporcionar inclusão digital e facilitar a confecção de books digitais para a comunidade messejanense.   

Sobre a necessidade de mais compreensão, mais sentido de comunidade, de paz e de harmonia, escrevi anteriormente – e gostaria que os amigos lessem um artigo intitulado “Comunidade, uma coisa do passado?”   

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