Quem morava em 
Messejana, de Fortaleza, Ceará, conheceu e curtiu muito o Balneário. Dançou ao 
som de orquestras famosas, tomou banho na Lagoa de Messejana e aproveitou bem as 
matinais e tertúlias, muitas delas animadas pelo Conjunto Musical Big Brasa. O 
Balneário Clube de Messejana, de saudosas recordações, completaria 53 anos de 
existência em setembro de 2013.
O BALNEÁRIO CLUBE DE 
MESSEJANA

O Balneário Clube de 
Messejana, às margens da Lagoa de mesmo nome, era o centro das badalações e onde 
aconteciam as tertúlias e matinais dançantes. Muito bem freqüentado, foi palco 
de inúmeras festividades marcantes no cenário local. 
Sua sede ficava às 
margens da Lagoa de Messejana, na qual, segundo a lenda, e o escritor José de 
Alencar, Iracema, a "virgem dos lábios de mel", tomava banho e saía correndo até 
a Praia de Iracema, chegando a seu destino ainda com os cabelos molhados, tal a 
sua rapidez.
A vista do Balneário 
era muito bonita, tendo como cenário a belíssima Lagoa de Messejana, que às 
tardes nos proporcionava um pôr-do-sol magnífico, com cintilantes reflexos em 
suas águas. O Balneário Clube de Messejana tinha uma extensa área verde ao redor 
do salão, bem arborizada, formando um espaço muito agradável para seus 
freqüentadores.
O clube possuía uma 
arquitetura simples, sendo amplo e bem estruturado, no que se refere ao salão de 
dança e palco. Deixava muito a desejar pela precariedade de suas instalações de 
secretaria, bar e da própria fachada.
A LEMBRANÇA DO 
BALNEÁRIO CLUBE DE MESSEJANA E DO CONJUNTO BIG 
BRASA
 Não de pode 
falar no Balneário sem associar ao Conjunto Big Brasa, que ainda hoje é 
reconhecido e admirado por muitos e deixou sua marca registrada na memória de 
seus amigos e amigas. Certamente o grupo foi alvo de inveja de alguns poucos, de mentalidade atrasada, e que jamais tiveram o gostinho 
do sucesso e a imagem difundida através da televisão e do rádio por milhares de 
fãs por todo o Estado do Ceará. Essa característica deveria conferir à banda no 
mínimo um respeito e um sentimento de gratidão pelo que fez musicalmente por 
Messejana e pelas suas atuações no Balneário Clube de Messejana, gratuitamente 
ou sempre recebendo bem abaixo dos valores de mercado da época, "para se 
promover", como diziam alguns.
Não de pode 
falar no Balneário sem associar ao Conjunto Big Brasa, que ainda hoje é 
reconhecido e admirado por muitos e deixou sua marca registrada na memória de 
seus amigos e amigas. Certamente o grupo foi alvo de inveja de alguns poucos, de mentalidade atrasada, e que jamais tiveram o gostinho 
do sucesso e a imagem difundida através da televisão e do rádio por milhares de 
fãs por todo o Estado do Ceará. Essa característica deveria conferir à banda no 
mínimo um respeito e um sentimento de gratidão pelo que fez musicalmente por 
Messejana e pelas suas atuações no Balneário Clube de Messejana, gratuitamente 
ou sempre recebendo bem abaixo dos valores de mercado da época, "para se 
promover", como diziam alguns.
AS MÚSICAS DO 
BALNEÁRIO DE MESSEJANA
Inaugurado no início 
dos anos 60, o Balneário Clube de Messejana notabilizou-se pelos eventos 
bucólicos à beira da Lagoa de Messejana. As festas aconteciam geralmente aos 
sábados, já que na época a sexta-feira ainda não reinava absoluta no final de 
semana. Bandas de baile famosas na cidade como Alberto Mota e seu conjunto, 
Ivanildo e seu conjunto, Paulo de Tarso e Ivan e seu conjunto eram as opções da 
época.
Eram conjuntos como 
se chamava na época assentados numa formação basicamente de metais, saxofone, 
piston, trombone de vara, um contrabaixo acústico, e um violãozinho elétrico 
fazendo umas marcações bem tímidas, ligado em um amplificador que mais parecia 
um rádio antigo daqueles valvulados. Guitarra elétrica nem sonhar, isso nos idos 
de 1963, 1964. O repertório consistia de rumbas, merengues, mambos, boleros, 
foxtrotes, sambas canções, samba tradicional e coisas bem ao gosto das festas da 
época. Orquestras de renome internacional como Tobias Troisi e Casino de Sevilha 
também marcaram presença no Balneário que consistia de uma entrada coberta com 
uma lâmpada fluorescente, e uma área que fazia às vezes de salão de danças e 
quadra de esporte. Decorativo mesmo só a lagoa com seu visual bucólico e 
inspirador.
As indumentárias 
festivas eram terno e gravata para os homens com toda brilhantina no cabelo a 
que tinham direito, e vestido de festa e muito laquê no cabelo que deixava o 
penteado duro e arpoado e com um cheiro bem 
característico.
O bar ficava a cargo 
do “seu” Moacir Almeida, muito simpático, e um dos garçons mais freqüentes e 
tradicionais era o “coquim”, servindo cerveja, e fartas doses de cuba-libre, Ron 
Bacardi, Merino ou Montilla com coca-cola para os homens que fumavam seu cigarro 
continental sem filtro. Os mais abonados encaravam um 
uisquinho.
AS TERTÚLIAS DE 
RADIOLA
Na ausência das 
festas ocorriam as tertúlias, geralmente aos domingos à noite após a missa. A 
velha radiola com duas caixas de som voltadas para o salão jogava na brisa da 
lagoa, Poly e sua guitarra havaiana e Ray Conniff e sua orquestra, que eram os 
long-plays de vinil mais executados. O Cláudio Amorim fazia às vezes de 
discotecário e as tertúlias corriam românticas, servindo de ponto de partida 
para muito namoro e até casamento na Messejana. Quando o namoro começava a 
engatar, se deixava a namorada ou pretendente a namoro em casa, já que morava 
todo mundo perto do balneário, na área urbana da Messejana dos anos dourados. 
Foram tantas as emoções. "
MESSEJANA E O 
CONJUNTO MUSICAL BIG BRASA
 Messejana 
na década de 60 era um distrito plenamente residencial, tanto é que a pracinha 
da matriz, a Praça Tristão de Alencar, parecia uma enorme sala de visitas, com 
todos morando no mesmo espaço, as pessoas se encontrando na praça, e as famílias 
sentadas nas rodas de calçada, de modo que todo mundo convivia no mesmo espaço, 
partilhava das mesmas novidades e experiências.
Messejana 
na década de 60 era um distrito plenamente residencial, tanto é que a pracinha 
da matriz, a Praça Tristão de Alencar, parecia uma enorme sala de visitas, com 
todos morando no mesmo espaço, as pessoas se encontrando na praça, e as famílias 
sentadas nas rodas de calçada, de modo que todo mundo convivia no mesmo espaço, 
partilhava das mesmas novidades e experiências.
As amplificadoras, as 
tradicionais irradiadoras, faziam parte do cotidiano sem incomodar ninguém, já 
que todo mundo estava mesmo acostumado.
Quem morava na praça, 
era despertado pela irradiadora da paróquia, pois de manhã bem cedo, quando o 
dia começava a despontar de leve , o vigário local, Padre Francisco Pereira, 
jogava música sacra a todo volume para quem quisesse ouvir, e convidava com 
insistência a população para a primeira missa a ser celebrada. Não tinham quem 
não acordasse.
Mais tarde, a URJA 
(União Recreativa José de Alencar), que era um clube que ficava na praça e 
abrigava o Messejana Esporte Clube, um dos times de futebol local, abria a sua 
amplificadora e eis que a música tornava a invadir a praça de Messejana, só quem 
em estilo diferente do Padre  Pereira.
Eram tempos 
tranqüilos, se podia varar madrugada sentado nos degraus do patamar da Matriz de 
Nossa Senhora da Conceição, a igreja local, enfronhado em altos bater papos, ou 
a farrear pura e simplesmente até o nascer do sol.
Como só havia um 
canal de televisão no Ceará e ainda em preto e branco, a TV Ceará Canal 2, cuja 
programação se situava em horários limitados, as pessoas interagiam mais, saíam 
mais de casa para conversar já que nem todo mundo tinha televisão, e essa mesmo, 
só funcionava do final da tarde, até as onze horas da noite ou um pouco mais, de 
modo que o rádio ainda era a grande vedete.
O SURGIMENTO DO 
CONJUNTO BIG BRASA
 Até quem em 1967, surgiu o Conjunto Big Brasa, uma 
banda formada por jovens de Messejana que a partir de serenatas para amigos e 
namoradas, tiveram a idéia de formar um conjunto de iê-iê-iê, que era como se 
chamavam as bandas de Jovem Guarda da Época.
Até quem em 1967, surgiu o Conjunto Big Brasa, uma 
banda formada por jovens de Messejana que a partir de serenatas para amigos e 
namoradas, tiveram a idéia de formar um conjunto de iê-iê-iê, que era como se 
chamavam as bandas de Jovem Guarda da Época. 
Com o apoio do 
contador Alberto Ribeiro da Silva, seu filho João Ribeiro (que ficou conhecido 
no meio musical como “Beiró”), e mais alguns adolescentes messejanenses, o rock, 
ou o pop rock dos anos 60, chegou ao Balneário de 
Messejana.
As guitarras eram 
artesanais no início, feitas aqui mesmo pelo grupo Rataplans, excetuando uma 
guitarra Ritmo II da Gianinni, e com o tempo, os instrumentos foram se 
modernizando.
Em pouco tempo, o Big 
Brasa foi sendo adotado pelo Balneário como a banda da casa, tocando as 
matinais, tertúlias e festas do Balneário. Era gostoso tocar olhando para o azul 
da lagoa, e sentir que se estava colaborando para que as coisas mudassem um 
pouco em Messejana. Ao longo da segunda metade da década de 60, o Big Brasa 
marcou presença no clube, principalmente nas tertúlias. Era o tal esquema- Todo 
mundo se reunia na praça na hora da missa dos sábados e dos domingos, e se 
mandava para o balneário dançar e ver o Big Brasa tocar, e trazer a músicas dos 
anos 60 para Messejana, colaborando para arejar os costumes e fazendo com que as 
pessoas ficassem mais alegres e descontraídas.
Eram tempos de muita 
pureza e inocência, que permitiam que uma paquera se resumisse em dançar com a 
menina que estava a fim e a fosse deixar em casa por volta da meia noite ou uma 
hora da manhã, em uma época em que se podia percorrer tranqüilamente as então 
bucólicas ruas de Messejana. Eram tempos castos, de muita inocência e muito 
sonho, e o Big Brasa fez a sua trilha sonora. Quem os viveu jamais 
esquecerá.
DESTAQUE DO BIG BRASA 
- Livro, fotos e episódios
 O Conjunto Musical "Big Brasa" teve início em 1967 e permaneceu ativo 
até 1978, atuando na TV Ceará - Canal 2, pertencente à extinta Rede Tupi de 
Televisão. Animou bailes na maioria dos clubes de Fortaleza e em praticamente 
todo o interior do Ceará e estados vizinhos. Marcou presença em centenas de 
eventos importantes, levando o nome de Messejana a todos eles. O grupo musical, 
liderado pelo seu guitarrista-solo João Ribeiro, acompanhou várias 
personalidades musicais brasileiras e também esteve presente com o Pessoal do 
Ceará, inclusive Ednardo, Belchior, Jorge Melo, Raimundo Fagner e outros. Na 
foto ao lado vemos Severino Tavares (baterista), João Ribeiro 
(guitarrista-solo), Lucius Mais (contrabaixista), Adalberto Lima (tecladista) e 
Edson Girão (guitarrista e vocalista).
O Conjunto Musical "Big Brasa" teve início em 1967 e permaneceu ativo 
até 1978, atuando na TV Ceará - Canal 2, pertencente à extinta Rede Tupi de 
Televisão. Animou bailes na maioria dos clubes de Fortaleza e em praticamente 
todo o interior do Ceará e estados vizinhos. Marcou presença em centenas de 
eventos importantes, levando o nome de Messejana a todos eles. O grupo musical, 
liderado pelo seu guitarrista-solo João Ribeiro, acompanhou várias 
personalidades musicais brasileiras e também esteve presente com o Pessoal do 
Ceará, inclusive Ednardo, Belchior, Jorge Melo, Raimundo Fagner e outros. Na 
foto ao lado vemos Severino Tavares (baterista), João Ribeiro 
(guitarrista-solo), Lucius Mais (contrabaixista), Adalberto Lima (tecladista) e 
Edson Girão (guitarrista e vocalista).
Além disso, o Big 
Brasa estava presente nos lares dos fortalezenses diariamente por mais de 3 anos 
através do programa diário " Studio 2 ", exibido pela extinta TV Ceará, Canal 2, 
da Rede Tupi de Televisão. Dessa época resultou um livro escrito pelo seu 
guitarrista-solo, João Ribeiro (o Beiró) - "O Big Brasa e minha vida musical", 
lançado em 1999 em Messejana com uma brilhante noite festiva que teve a 
participação de quatro bandas locais, que foram Os Faraós (em sua formação 
original, tendo à frente o guitarrista-solo Luisinho e depois com a participação 
de seu também integrante João Ribeiro, (atuando como tecladista), o próprio Big 
Brasa, (que se apresentou com muitos de seus integrantes), o Túnel do Tempo, 
liderado por Sebastião Magalhães e o grupo Remember Beatles, com seus excelentes 
músicos. O show foi imperdível!
UM LIVRO SOBRE OS 
ANOS 60 E A HISTÓRIA DO CONJUNTO BIG BRASA
 Muitos anos depois desta época inesquecível, em 1999, um dos 
integrantes e fundador do Conjunto Big Brasa, o guitarrista-solo João Ribeiro 
(conhecido no meio artístico por "Beiró") escreveu o livro "O BIG BRASA E MINHA 
VIDA MUSICAL", que foi lançado oficialmente em uma espetacular festa realizada 
em jan de 1999 no restaurante Tremendão, em Messejana, Fortaleza - 
Ceará.
Muitos anos depois desta época inesquecível, em 1999, um dos 
integrantes e fundador do Conjunto Big Brasa, o guitarrista-solo João Ribeiro 
(conhecido no meio artístico por "Beiró") escreveu o livro "O BIG BRASA E MINHA 
VIDA MUSICAL", que foi lançado oficialmente em uma espetacular festa realizada 
em jan de 1999 no restaurante Tremendão, em Messejana, Fortaleza - 
Ceará.
Este evento teve 
grande repercussão na imprensa local e contou com a participação de nada menos 
do que quatro conjuntos de sucesso de Fortaleza, que foram "Os Faraós" e "Big 
Brasa", da época dos Anos 60, com presença de quase todos os seus integrantes. 
Também participou o Túnel do Tempo, de Sebastião Magalhães e o atual Remember 
Beatles".
Amigos, familiares 
(com as novas gerações), contemporâneos de bailes, conhecidos, fãs, enfim, 
presença maciça que marcou uma etapa de vida para muitos da comunidade 
messejanense. 
O evento foi gravado 
e trechos exibidos nos principais canais de televisão de Fortaleza. Algumas 
fotografias foram selecionadas e estão em uma galeria de fotos do Portal 
Messejana, para que você possa recordar!
Homenagem ao 
Mestre Alberto
Um dos apoiadores e 
vibrante "Pai" do Big Brasa foi sem dúvida Alberto Ribeiro da Silva, falecido em 
2001, mas que sempre estará vivo em nossa memória e pelos seus gestos e 
atitudes. O "Mestre Alberto" 
como era conhecido, esteve à frente da diretoria do Balneário por um período e 
lutou contra vários preconceitos existentes naquela época e que hoje, 
certamente, seriam considerados crimes. Foi também sócio proprietário do BCM, 
conforme se observa pela ação abaixo.  
 
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