Vários questionamentos invadem minha percepção
de vida hoje em dia. Dentre eles inicio com um passado em minha própria
família, com todas as excelentes recordações de momentos distintos que nos
trouxeram momentos de felicidade e de boa convivência.
Como as
relações entre mim e meus pais influenciaram nossas vidas? E depois entre mim e
meus filhos? Da melhor forma!
Os exemplos recebidos foram sempre fundamentais
e daquilo que pude aprender tenho certeza de que muita coisa consegui passar
adiante para meus filhos. E pelo resultado obtido até hoje me considero bem
sucedido neste aspecto.
Com pequenas reuniões entre o núcleo familiar,
quando nós reuníamos as crianças à mesa, eu procurava transmitir a necessidade
do estudo e da dedicação para que eles pudessem ter mais facilidade ao lidar
com a própria vida. E deu certo. Tenho uma satisfação e prazer de externar que
nunca foi preciso “mandar” um filho ou filha estudar! Eles aprenderam o
Caminho, mais ou menos equivalente ao “DO” quando se fala em Karatê.
Lembro que quando os meus filhos eram crianças
e depois em sua adolescência e juventude, nós tivemos uma convivência
espetacular, feliz e sadia. Estávamos juntos com algum esporte, com jogos
educativos (como o Máster), com música e brincadeiras do tipo “stop”, dominó,
bingo entre outras. Todos sentados à mesa, independente das idades. Parecíamos
colegas e amigos. Em várias oportunidades estivemos presentes em três gerações,
com meu pai também participando alegremente daquelas sessões de perguntas e
respostas, que propiciavam a todos algum conhecimento geral e muita animação. As
disputas eram muito boas!
Paralelamente houve a época que dediquei um
tempo de aprendizado para algumas mágicas infantis e em nosso sítio na serra
preparava sessões de mágica para a meninada. Assim tivemos várias tardes com
muita atenção da garotada no “mágico”, que com truques simples conseguia
inclusive arrancar alguns aplausos da plateia.
Observo que em um tempo anterior nós
conseguíamos diversão com pouca coisa! Sem internet as ideias iam longe, as
brincadeiras de mímica para adivinhar nomes de filmes se tornavam muito
engraçadas.
Retornando ao campo estritamente familiar,
agregando-se os amigos e amigas mais próximos, tínhamos excelentes diálogos
entre avós e netos ou netas, pais e filho ou filha, primos e colegas. As
relações sem dúvida tinham mais calor humano.
A solidão
do mundo digital
Não havia a simples frieza de hoje quando
observamos grupos de jovens ou de adultos, cada um sintonizado com sua rede
social predileta e ingerindo incessantemente uma carga de informações
praticamente inútil. O que em muitos casos é considerado pela medicina como um
vício moderno, na expressão da palavra, com todos os malefícios que apresenta,
principalmente no distanciamento das relações pessoais. Quantas vezes casais
trocam mensagens pelo Whatsapp, mesmo estando a poucos metros um do outro? Eu
mesmo já fiz isso, sabe? Apesar de reconhecer o erro.
E assim a família mudou! Os hábitos mudaram.
Passamos a nos importar, muitas vezes até mesmo que “contagiados” como se fosse
por um vírus, via-de-regra, quando estamos, por exemplo, olhando uma rede
social simplesmente porque o nosso parceiro também está fazendo aquilo. Os
costumes mudaram muito, também. A leitura perdeu muito o seu valor para as
pessoas. Tudo parece mais acelerado no Trem da Vida. Ninguém tem tempo para
nada, não se consegue raciocinar sobre o que foi escrito em um texto, apenas as
imagens coloridas brilham e espalham seu colorido por nosso cérebro, nos propiciando
a falsa noção de felicidade, de encantamento.
Hoje em dia vivemos em um clima de sobressalto,
por ocorrências de assaltos, tentativas de golpes e toda a sorte de maldade
espalhada infelizmente em uma parte das pessoas. Dificuldades burocráticas nos
perseguem no dia a dia e não há tendência aparente de melhorias.
A sociedade moderna convive com incontáveis
problemas, mas depende de nós encontrarmos os benefícios trazidos pelas
tecnologias diversas e deles aproveitar o máximo. Nas redes sociais aprendi a
apreciar muitos amigos e amigas, através de seus comportamentos, comentários,
educação, respeito e tolerância. Da mesma maneira passei a exercer o direito
legítimo de evitar pessoas desagradáveis ou conteúdos inexpressivos.
A família mudou, os hábitos e os costumes
mudaram, e nós também mudamos! Estamos todos mais experientes e portanto,
teoricamente capazes de melhorar nossos espíritos para o lado do bem e da
espiritualidade.
Sinto muita falta de uma comunidade, de amigos, de colegas, de pessoas com as mesmas afinidades, da tranquilidade dos passeios na praia com as crianças, das possibilidades de caminhadas ao ar livre sem a preocupação com a segurança.
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